Após reunião com os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) na Comissão Mista de Orçamento (CMO), a senadora Rose de Freitas (PMDB), presidente do colegiado, avaliou nesta quinta-feira (17), em pronunciamento no plenário do Senado, que não é “solução para o País trancar a CPMF na Câmara dos Deputados” ou no próprio Senado.
“Estamos em crise e o povo brasileiro não vai aceitar ficar sem respostas. O político não pode ser dono do tempo. Temos de ter conhecimento das propostas do governo e entender que o caminho (para driblar a crise) é longo”, assinalou.
A reunião com os representantes do Executivo durou mais de cinco horas na CMO, na tentativa de convencer os parlamentares sobre os novos cortes anunciados pelo Planalto, da ordem de R$ 26 bilhões, na última segunda-feira (14).
O objetivo do governo é cobrir o déficit previsto para o orçamento de 2016, de R$ 30,5 bilhões, e, para isso, precisa dos parlamentares, visto que sete dos nove pontos da proposta precisam ser aprovados pelo Congresso. A reunião na comissão com Levy e Barbosa foi fechada, por decisão do Colégio de Líderes da CMO.
“A ideia do encontro era esclarecer ponto a ponto todas as dúvidas, evitando que se repita o desastre de falta de articulação, como o que ocorreu no início do ano, durante as votações das primeiras medidas de ajuste fiscal: alterações previdenciárias, desoneração da folha e o abono salarial”, elencou a senadora.
Emendas
Os ministros sugeriram aos deputados para destinar parte de suas emendas aos programas da saúde que sofrerá corte de R$ 3,8 bilhões, e no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Essa é uma sugestão para suprirmos essa necessidade”, ressaltou Levy.
A senadora Rose de Freitas reforçou que é preciso compreender a crise e, se necessário, priorizar o investimento mais importante para cada estado. “No meu (Espírito Santo), por exemplo, não vou abrir mão de investimentos na saúde”, garantiu.