O gerente de meio ambiente da Vale, Romildo Fracalossi, disse nesta segunda-feira (25) que até 2020 a empresa deve reduzir em 15% as emissões de poeiras nas chaminés das usinas de pelotização e de 28% nas fontes difusas, totalizando uma redução média de 20% nas emissões de poeira pelo complexo de Tubarão. A afirmação foi feita durante reunião da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).
A Vale informou que tem investido cerca de R$ 65 milhões na instalação de precipitadores eletrostáticos, supressores de pó, wind fences e polimero para conter a poluição atmosférica na Grande Vitória. Fracalossi falou também de melhorias nos terminais de embarque de minério e pelotas do porto de Tubarão.
Estão previstos aumento da frequência de manutenção e ajustes dos componentes e sistemas de limpeza e contenção de queda de material; melhorias no sistema de drenagem dos píeres; utilização de novos dispositivos de contenção sob descarregadores de navios; instalação de novas estruturas de contenção nos carregadores de navios, entre outros.
Após a prestação de contas da empresa o representante da organização comunitária Juntos SOS Espírito Santo Ambiental, Gilson Mesquita, questionou a atuação do Ministério Público Estadual (MPES) junto às empresas poluidoras do Estado. Ele afirmou que presenciou diálogo entre dois membros MPES e diretores da Arcelor Mital propondo encontro com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com o objetivo de não atrapalhar o trabalho das empresas.
A denúncia causou indignação do promotor de Justiça, Marcelo Lemos, que estava presente na reunião. “O Ministério Público é um órgão sério, se alguém tem alguma denúncia a fazer, ponha no papel, faça uma representação e prove o que estão falando. A reunião aqui é para tratar coisas sérias. As empresas são sérias e eu jamais ficarei contra as empresas. Prometi para as pessoas de bem do Estado do Espírito Santo que nós vamos fazer um trabalho equilibrado”, esbravejou Lemos.
Recomendações
A prestação de contas das empresas Arcelor Mital, Samarco e Vale, faz parte das recomendações previstas no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pó Preto, apresentado em outubro de 2015. A comissão de Meio Ambiente tem como atribuição convocar essas empresas para prestarem contas uma vez por ano, garantindo ao colegiado o poder de fiscalizar suas condutas.
Fazem parte da Comissão de Meio Ambiente os deputados Dr. Rafael Favatto (PEN), Erick Musso (PMDB), Bruno Lamas (PSB), Dary Pagung (PRP) e Gildevan Fernandes (PMDB). Os suplentes são Raquel Lessa (SD), Almir Vieira (PRP), Euclério Sampaio (PDT), Edson Magalhães (PSD) e Marcelo Santos (PMDB).