Um vereador de João Neiva teve o mandato cassado, por nove votos a um, durante uma sessão ordinária realizada na noite desta terça-feira (26) na Câmara do município, que fica no Norte do Espírito Santo. Houve tumulto durante a sessão e a polícia precisou ser acionada.
Lucas Recla (PTB) é acusado de quebra de decoro parlamentar. De acordo com o relatório da Comissão Processual da Câmara, o vereador teria escrito em uma postagem nas redes sociais que há uma “organização criminosa instalada na nobre e respeitada Câmara Municipal”.
Segundo o relatório, o vereador também teria feito a afirmação durante uma sessão realizada no dia 8 de março deste ano. As declarações foram consideradas quebra de decoro pela comissão e o processo legislativo seguiu para votação no plenário, na sessão desta terça.
A defesa do parlamentar disse ao Folha Vitória que as declarações ocorreram após projetos de lei elaborados por Lucas Recla terem sido reprovados por vereadores da Câmara. O parlamentar teria se sentido perseguido e feito as declarações.
Sessão da Câmara de João Neiva termina em confusão
Durante a sessão que julgava o pedido de cassação do mandato, houve uma confusão entre os parlamentares e outras pessoas que acompanhavam a votação. A Força Tática da Polícia Militar precisou ser acionada e a sessão chegou a ser suspensa.
De acordo com testemunhas, Lucas teria jogado um copo d’água no presidente da Câmara, vereador Glauber Tonon (Republicanos), e agredido uma servidora pública.
Outras pessoas também teriam se envolvido na confusão. Um vídeo enviado ao jornalismo da Rede Vitória mostra parte da discussão. Nas imagens, é possível ver o momento em que Lucas vai até à mesa diretora e rasga alguns papéis, documentos da pauta da sessão. Veja:
Segundo a Polícia Militar, houve reforço de policiamento nas imediações da Câmara Municipal para a sessão do julgamento do processo legislativo contra o vereador. Uma guarnição precisou intervir quando cerca de 40 pessoas que acompanhavam a sessão iniciaram um tumulto.
Ainda segundo a polícia, a confusão ficou generalizada, inclusive entre os componentes da bancada. Os ânimos se acalmaram e sessão foi retomada. Ninguém foi detido.
Após a confusão, o vereador postou um vídeo nas redes sociais.
“Houve uma confusão. Alguns vereadores vieram para as vias de fato e se desentenderam comigo. A sessão foi suspensa por covardia de alguns vereadores, principalmente do presidente da Câmara Municipal que suspendeu a sessão e veio para cima de mim, querendo me agredir”, disse.
O que diz a defesa do vereador?
O advogado Marcelo Alves, que representa o vereador Lucas Recla, disse ao Folha Vitória que realizou toda a defesa prévia e a sustentação oral do processo legislativo e que irá aguardar a publicação do decreto com a cassação do mandato no Diário Oficial para avaliar o que pode ser feito.
Quanto as questões extraprocessuais, relacionadas a confusão que ocorreu durante o julgamento do processo, a defesa preferiu não se manifestar.
O que diz o presidente da Câmara?
Procurado pelo Folha Vitória, o vereador Glauber Tonon não se manifestou sobre o ocorrido. Caso haja um posicionamento, a reportagem será atualizada.
