O vereador de Vitória, Rogerinho Pinheiro (PHS), solicitou à prefeitura informações sobre a construção da sede da Petrobras na capital. De acordo com parlamentar, o executivo municipal precisa explicar à sociedade algumas questões referentes a essa obra. A sede da petrolífera fica na Reta da Penha.
No documento, encaminhado à prefeitura na semana passada, Rogerinho Pinheiro questiona sobre os impactos causados pela obra, tanto na questão ambiental, quanto no trânsito, além da existência de parcerias realizadas entre as partes com o objetivo de beneficiar a cidade. Segundo ele, ainda há muitas dúvidas na população que precisam ser sanadas.
“Na região onde a obra foi feita tinham várias árvores. O que foi feito para reparar isso? Além disso, em uma avenida que chamamos de Reta da Penha foi feita uma curva. Os carros, para realizarem o retorno, precisam passar por uma área que pertence à empresa. Então precisamos saber que tipo de parceria foi feita entre a prefeitura e a Petrobras. Que benefícios essa construção trouxe ao município”, argumentou.
De acordo com o vereador, o pedido de explicações foi motivado pelo escândalo de corrupção no qual a estatal está envolvida, e que está sendo investigado pela operação Lava Jato.
“De fora, nós já conseguimos observar a forma como essa construção foi feita. É uma obra faraônica. E até agora não vi ninguém questionar nada. As pessoas muitas vezes me questionam nas ruas sobre isso [detalhes sobre a obra] e eu não sei responder”, disse o parlamentar.
O vereador Luiz Emanuel (PSDB) já havia protocolado um pedido de esclarecimentos à prefeitura sobre a construção da sede da Petrobras. No entanto, Rogerinho Pinheiro explica que seu requerimento é diferente, pois enfatiza mais a questão dos impactos causados pela obra e a existência de uma parceria para beneficiar o município. Já o de Luiz Emanuel, segundo Rogerinho, questiona mais a parte técnica.
Investigação
Nesta quarta-feira (3), a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados deve votar o pedido para a abertura de procedimento investigativo sobre a construção da sede da Petrobras em Vitória.
Na semana passada, o Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) decidiu encaminhar para o Paraná o procedimento aberto para apurar eventuais irregularidades na construção e o possível envolvimento das empresas Odebrecht e Camargo Corrêa e de ex-dirigentes da Petrobras investigados na operação Lava Jato.
A nova sede da Petrobras começou a ser planejada em 2005. Na época, a estatal pensava em gastar R$ 90 milhões. O consórcio composto pelas empresas Odebretch, Camargo Correa e Hochtief, venceram a licitaram e concluíram o projeto.
A obra foi iniciada em 2006 com um orçamento de R$ 486 milhões. A obra só foi concluída em 2011, com um custo total de R$ 580 milhões. A Petrobras não comenta o assunto.