O Tribunal de Justiça do Espírito Santo parecia a sucursal da Câmara Municipal da Serra na madrugada desta quarta-feira (31), já que alguns vereadores decidiram acompanhar de perto o desenrolar das decisões judiciais acerca da eleição na Casa Legislativa. A decisão monocrática do desembargador José Paulo Calmon Nogueira da Gama manteve a posse da nova Mesa Diretora, encabeçada pela vereadora Neidia Pimentel (SDD), para esta quinta-feira (1), às 10 horas, no plenário.
Inconformada com a mudança no Regimento Interno da Câmara Municipal da Serra que mantinha uma nova eleição para esta quarta-feira, a vereadora Neidia Pimentel (SDD), eleita em junho como nova presidente da Casa, entrou com uma ação para suspender a nova eleição marcada para hoje.
O juiz Ademar João Bermond, que estava de plantão no TJ-ES, concedeu a liminar, determinando a suspensão da eleição que estava marcada para 10 horas.
Ainda assim, o grupo, formado pelos vereadores Alexandre Xambinho (PTdoB), Bruno Lamas (PSB), Cezar Nunes (SDD), Marcos Tongo (SDD), Rodrigo Caldeira (SDD) e Tio Paulinho (PV), entrou com agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo, tentando manter a convocação da eleição. Mas o desembargador de plantão José Paulo Calmon Nogueira da Gama entendeu que a apreciação do magistrado foi correta e manteve a decisão do juiz da primeira instância.
“O juiz determinou e eu apenas acatei, conforme orientou o procurador da Casa”, disse o presidente da Câmara Municipal, Guto Lorenzoni (PP). O vereador Bruno Lamas explicou que conhece os defeitos e qualidades dos vereadores da Serra e não deixará de acompanhar o movimento político, mesmo depois de assumir sua cadeira na Assembleia Legislativa. “Continuarei contribuindo com a população da Serra. Estarei atento aos trabalhos da Câmara”, assinalou ele.
O vereador Gideão Svensson (PR), que assumirá a cadeira de segundo secretário da Mesa Diretora, destacou que a decisão confirma o que ele disse acerca do direito líquido e certo dos eleitos. “Estava muito clara a afronta. A decisão do juiz suspendeu a eleição, garante a nossa posse amanhã às 10 horas e aplicaria uma multa de R$ 100 mil no caso de descumprimento da ordem judicial por parte do presidente da Câmara”, explicou o parlamentar.
Confusão
A disputa pela presidência da Mesa Diretora foi marcada por muita confusão e deixou os parlamentares divididos. Durante a votação que decidiu anular a primeira eleição e escolher uma nova direção houve bate-boca e protesto no plenário. Um dos vereadores chegou a tirar a roupa para evitar que a proposta fosse aprovada.