Atual governador do Espírito Santo e candidato à reeleição, Renato Casagrande (PSB) é o segundo entrevistado da série de sabatinas que começou nesta semana com os candidatos ao governo do Estado no pleito deste ano. As entrevistas acontecem até sexta-feira (23).
Veja os principais pontos da entrevista com Renato Casagrande
Apoio e voto para o ex-presidente Lula
Na primeira rodada de perguntas feitas a Casagrande, o candidato foi questionado acerca de seu apoio e seu voto já declarados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República. O socialista foi provocado a responder se ter o petista em seu palanque seria um ônus ou um bônus.
“Nós fizemos uma aliança ampla para governar o Espírito Santo. Meu partido fez aliança com o partido do presidente Lula e eu nunca escondi isso de ninguém. Tenho capacidade de dialogar com qualquer um que for o presidente. Todo mundo sabe quem é o meu candidato. Se fosse um ônus, eu não teria feito essa aliança com o PT. Fizemos essa aliança porque temos vantagens eleitorais”, disse Casagrande, que defendeu que o Estado não pode entrar no que ele chamou de guerra eleitoral.
Tráfico de drogas e violência em bairros da Grande Vitória
A segunda pergunta feita a Casagrande teve como foco a área da Segurança Pública. O governador foi indagado sobre que políticas públicas pretende implantar no enfrentamento ao tráfico de drogas e à criminalidade. O mandatário ainda foi lembrado dos constantes casos de tiroteios em bairros da Grande Vitória, colocando em risco a vida da população.
“Nós sabemos que esse é um desafio mundial, não só do Espírito Santo, porque isso movimenta bilhões de reais, com um mercado forte e estruturado, no mundo todo, pessoas que importam e exportam drogas; isso tem um mercado muito forte, mas nós estamos trabalhando. Todos os dias as nossas forças policiais estão trabalhando. Estamos avançando com trabalho de polícia e com inclusão social. Então, estamos investindo forte na área de Segurança Pública. Trabalho de segurança pública não se faz com demagogia”, frisou.
Combate à pobreza
A colunista política do Folha Vitória, Fabi Tostes, confrontou Casagrande com dados que o Espírito Santo tem mais de 1 milhão de capixabas na linha da pobreza e outros 390 mil na da extrema pobreza, e que, ao contrário de outros estados da federação, o Estado tem uma condição econômica razoável. A jornalista também ressaltou que os adversários do governador têm criticado o fato de os cofres públicos estaduais terem saldo positivo de R$ 6 bilhões, enquanto milhares de famílias estariam em situação de miséria.
“Temos responsabilidade com o dinheiro da população capixaba. Esse dinheiro não é meu, é da população capixaba. Eu olho para a posição de algumas lideranças (políticas), e vejo que elas querem raspar o fundo do cofre, acabar com o dinheiro da população capixaba. Eu tendo recurso em caixa, pude reduzir o ICMS de 27% para 17%; fui o primeiro estado a comprar vacinas, fiz a gestão da pandemia”, explicou.
Valorização dos profissionais de enfermagem
Na abordagem voltada para área da Saúde, o governador foi questionado acerca de suas propostas para a valorização dos profissionais da área da Enfermagem, em caso de terminar o pleito reeleito.
“A enfermagem já é uma prioridade para nós, tanto que nós não temos nenhum problema. Já remuneramos a enfermagem com o piso que foi aprovado no Congresso nacional. Os enfermeiros são fundamentais para todo o serviço de saúde. Começamos uma microrregionalização dos serviços de saúde, estendendo a cobertura. Avançamos bastante e vamos avançar ainda mais”, destacou.
Desempenho do ensino no Espírito Santo
Durante a sabatina, o governador também foi perguntado sobre as razões que fizeram o Estado cair no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com relação ao ano de 2019. Exemplo disso é que o ensino médio capixaba caiu do primeiro para o terceiro lugar.
“Na verdade, caímos da segunda para a terceira posição. Nós estamos no ‘top três’, no pódio. A gente era o primeiro em proficiência. O que aconteceu na pandemia, e seria ingenuidade a gente achar que não ia ter efeito, é que alguns estados não fizeram o que nós fizemos: não passamos os alunos automaticamente. A gente teve reprovação. Então, o nosso fluxo diminuiu. Mesmo com a pandemia, a gente manteve uma posição boa, dentro da realidade da educação brasileira”, ressaltou Casagrande.
Juventude e mercado de trabalho
Outro dado apresentado a Casagrande diz respeito ao mercado de trabalho capixaba, especialmente ao que se refere aos jovens. Segundo os últimos dados do IBGE, 16,9% dos adolescentes e jovens, com idades entre 15 e 29 anos, não trabalham e nem estudam. O candidato foi indagado sobre que soluções pretende apresentar para esse problema.
“Como nós estamos lidando com isso? Primeiro, com busca ativa, porque é importante que o jovem que não concluiu seus estudos, especialmente ensino médio, ele possa retornar à sala de aula, seja através da Educação de Jovens e Adultos, seja por meio do curso normal. Nós temos uma parceria com a Unicef, fazendo busca ativa do aluno que esteja fora da sala de aula. Segundo, estamos ampliando as condições e a atratividade das nossas escolas. Vamos acoplar ao QualificarES (programa de formação profissional) o RealizaES, que é uma linha de financiamento com custos menores nos juros, para que ele possa empreender, além de mais 30 mil vagas para a CNH Social”, elencou o socialista.