Após ser eleito como novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou o seu primeiro pronunciamento neste domingo (30). Ao lado da esposa, Janja, e de apoiadores como a ex-ministra e deputada federal eleita por São Paulo, Marina Silva, a ex-presidente Dilma e seu vice Geraldo Alckmin, Lula destacou a importância da sua eleição e a apontou como “histórica”.
Em uma de duas primeiras falas no pronunciamento, o presidente eleito reforçou as diferenças do seu eleitorado em comparação a Jair Bolsonaro (PL).
Para Lula, o resultado das urnas demonstra uma intensa mudança de paradigma em todo o país.
“Nesse 30 de outubro história, a maioria do povo brasileiro deixou bem claro que deseja mais e não menos democracia. Deseja mais e não menos inclusão social e oportunidade para todos, deseja mais e não menos respeito e entendimento entre os brasileiros, em suma, deseja mais e não menos liberdade, igualdade e fraternidade em nosso país”, disse Lula.
Dando seguimento ao discurso, Lula reafirmou seu compromisso em reduzir as diferenças sociais e ampliar a oferta de oportunidades iguais para todos, independente do grupo social que estejam inseridos.
“Enfrentar sem trégua o racismo, o preconceito, a discriminação, para que brancos, negros e indígenas tenham os mesmos direitos e as mesmas oportunidades. Só assim seremos capazes de construir um país de todos, um Brasil igualitário, cuja prioridade seja as pessoas que mais precisam. Uma Brasil com paz, democracia e oportunidade”, afirmou.
“Vamos retomar o ‘Minha Casa, Minha Vida'”
Ainda na sua fala, Lula relembrou a criação do programa de habitação federal ‘Minha Casa, Minha Vida’, criado em 2009, em seu último governo, e disse que pretende voltar com a ideia em 2023.
“Vamos retomar o ‘Minha Casa, Minha Vida’, com prioridade para as famílias de baixa renda e trazer de volta os programas de inclusão que tiraram 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza”, afirmou.
Economia
No que diz respeito à economia nacional, Lula disse que um dos focos da sua gestão é retomar a relação do país com os investidores internos e externos. Durante o pronunciamento, o presidente eleito defendeu que, por meio das boas relações, será possível mudar a visão do mundo em relação ao Brasil.
“Vamos reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país, para que os investidores nacionais e estrangeiros retomem a confiança no Brasil para que deixem de enxergar nosso país como fonte de lucro imediato e predatório e passem a ser nossos parceiros na retomada do crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental.”
Crise climática
Sobre questões climáticas, aquecimento global e o desmatamento da Amazônia, Lula relembrou os feitos do seu antigo governos e defendeu que vai concentrar esforços para que os números positivos do período sejam novamente alcançados.
“O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática protegendo todos os nossos biomas, sobretudo, a floresta Amazônica. Em nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia, diminuindo de forma considerável a emissão de gases que provocam o aquecimento global. Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia”, disse o presidente eleito.