Política

Vidigal lança Weverson Meireles como pré-candidato a prefeito e diz que família é prioridade

Vidigal vai abrir mão de disputar a reeleição, para um quinto mandato à frente do maior município e maior colégio eleitoral do Estado, a Serra

Foto: Samuel Chahoud

Em entrevista coletiva na manhã deste sábado (16), o prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, reuniu família e amigos para apresentar seu pré-candidato a prefeito da Serra. Segundo Vidigal, a principal razão para que ele não tente uma reeleição é para cuidar da família.

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Durante a prestação de contas, que aconteceu em um cerimonial em Jardim Limoeiro, o prefeito Sergio Vidigal (PDT) lançou Weverson Meireles, que é presidente estadual do PDT.

Vidigal vai abrir mão de disputar a reeleição, para um quinto mandato à frente do maior município e maior colégio eleitoral do Estado.

O prefeito da cidade destacou que vai continuar contribuindo para o crescimento do partido pelo qual trabalhou nos últimos anos, porém, neste momento, a prioridade é a família. 

“A política eu sei que é importante. Já dei a minha contribuição e vou continuar dando até o final do nosso mandato, mas neste momento é uma opção pela minha família, por alguém que cuidou de mim uma vida inteira. Eu me sinto neste momento, não na obrigação, mas no meu sentimento de coração. Eu preciso cuidar de quem cuidou de mim”, afirmou o prefeito. 

Foto: Samuel Chahoud

Diante do quadro de saúde e da necessidade de acompanhamento médico da esposa, Sueli Vidigial, o prefeito reforçou ainda que quer participar ativamente de todo o processo. 

“Eu não tenho condições de continuar sendo aquele gestor que eu fui nos próximos quatro anos, porque eu tenho que cuidar da minha casa, da minha família. Até porque, a pior coisa no mundo é amanhã você ter uma consciência pesada de que você viu as coisas acontecendo e não participou ativamente”, explicou. 

Vidigal diz que não pretende atuar novamente no ramo político. Segundo ele, irá continuar trabalhando como médico. 

“Eu não vou pendurar as chuteiras. Eu vou continuar trabalhando como médico. Como político, não está no meu script, mas eu não vou dizer que não vou ajudar o partido. Volto a reforçar que não pretendo disputar cargos eletivos”, destacou Vidigal. 

A escolha do sucessor

Sobre a escolha do sucessor, o prefeito da Serra disse que conversou com outros colegas que também eram opção para o cargo, mas todos entraram em um consenso de que Weverton Meireles era a opção ideal para o posto. 

“Foi de consenso de todos de que precisaríamos colocar uma pessoa que tivesse a capacidade de articular, de conversar. O Weverson reúne essas condições. O meu objetivo não é simplesmente crescer partido, é garantir o crescimento do município da Serra.”

Quem é Weverson Meireles?

Foto: Samuel Chahoud

Conforme trouxe a coluna De Olho no Poder, de Fabi Tostes, quando o governador Renato Casagrande (PSB) anunciou, no dia 10 de novembro do ano passado, que haveria uma troca de secretários na pasta de Turismo – que sairia o secretário Weverson Meireles para a entrada do jornalista Philipe Lemos –, as razões não estavam muito claras, mas ali foi o primeiro passo para o anúncio feito neste sábado (16).

O retorno de Meireles para a Prefeitura da Serra, num cargo estratégico como chefe de gabinete de Vidigal, foi para que os dois avançassem com esse projeto. E a justificativa dada ao governo foi exatamente essa: de que o martelo não estava ainda batido, mas havia a forte possibilidade de Meireles ser o sucessor de Vidigal.

Meireles é hoje o braço direito de Vidigal. Às vésperas de completar 33 anos (faz aniversário na próxima segunda-feira), o pedetista acompanha o prefeito há mais de 15 anos, a ponto de Vidigal entregar para ele o comando estadual do PDT – claro que acompanhando de perto.

Do final do ano passado pra cá, de braço dado com Vidigal, Meireles tem ganhado espaço e mais visibilidade nas ordens de serviço e entregas da gestão. E a partir de amanhã terá todos os holofotes voltados para ele. Ele é a aposta do PDT.

Meireles nunca foi candidato a nenhum cargo eletivo, nunca foi testado nas urnas. Mas, engana-se quem acha que o PDT está dando um tiro no escuro. A coluna apurou que o partido tem pesquisa em mãos que mostraria o potencial de crescimento do pupilo, além de alguns fatores que acabaram por embasar a escolha.

No partido, é grande a crença de que Vidigal é um bom transferidor de votos. Como exemplo, sempre são citados os casos de Audifax e Sueli Vidigal, que foram eleitos para cargos distintos, mas com o apoio do veterano. Internamente, o partido acredita que Vidigal vai conseguir transferir seu capital político para Meireles.

Foto: Samuel Chahoud

Outro ponto é que o dirigente pedetista é jovem e atende a um apelo por renovação política, que sempre encontra eco nas eleições da Serra. O município é comandado por apenas dois nomes (Vidigal e Audifax) há 27 anos e há uma demanda importante por oxigenação e novos players, embora Meireles represente também, até certo ponto, uma continuidade do governo Vidigal.

Meireles também seria um contraponto importante naquele que é visto hoje como principal adversário de Vidigal: o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos). Jovem também e com um estilo de fazer política chamando pra briga, Muribeca se tornou uma pedra no sapato no Vidigal, a ponto das desavenças entre os dois irem parar na Justiça.

Meireles não tem o mesmo estilo que Muribeca. Pelo contrário, é chamado de “elegante” pelos seus pares no trato com a política, mas também teria o ímpeto necessário para bater de frente se for o caso.

E soma-se a isso o fato de Vidigal já ter dito, em ocasiões anteriores, que não teria a intenção de disputar a reeleição, por motivos pessoais e familiares.

A colunista Fabi Tostes pontua que embora Meireles seja a aposta de Vidigal e também da militância, há no partido também um entendimento: de que o PDT não pode perder o comando da Serra. Por isso, se lá na frente o grupo perceber que corre o risco de ter de entregar o maior município do Estado a um adversário, Vidigal deve ser convocado para enfrentar, mais uma vez, as urnas.

A confirmação oficial da candidatura ocorre durante as convenções partidárias (entre julho e agosto), com a ratificação da Justiça Eleitoral. Até lá, pré-candidatos podem ser lançados, moldados, retirados. 

Porém, a coluna De Olho no Poder ressalta que o anúncio deste sábado pode ser o indício de um novo ciclo na Serra. Se Vidigal conseguir fazer mesmo seu sucessor, fica livre para pensar em voos maiores, como por exemplo, as eleições estaduais de 2026. Além da vaga de governo, duas vagas para o Senado estarão em jogo.