Começou a circular nesta terça-feira (19) um abaixo-assinado eletrônico organizado por apoiadores de Sérgio Vidigal (PDT/ES), que pede à Executiva Nacional do partido que não o expulse. Isso porque o PDT anunciou nessa segunda-feira (18) a exclusão de seis deputados que não obedeceram a determinação da sigla de votar contra o impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, entre eles o capixaba, que não descartou ir à Justiça para tentar reverter a decisão da executiva nacional.
O parlamentar acredita que será absolvido pelo diretório nacional do partido e que é um equívoco sua expulsão ser cogitada. “Quem quebrou o Brasil não fui eu. Quem infringiu a lei de responsabilidade fiscal não fui eu. Quem está envolvido com mensalão, petrolão e esse monte de ilegalidade não sou eu. Não fui eu quem fortaleceu essa turma do PMDB, como Temer, Renan e Cunha, então acho que é um equívoco do PDT discutir minha expulsão”.
Caso sua expectativa de ser absolvido seja frustrada, Sérgio Vidigal não descarta ingressar na Justiça para conseguir reverter sua exclusão do partido e de poder disputar novamente a Prefeitura da Serra. Esse caso é mais emblemático, tendo em vista que o prazo de filiação terminou no dia 2 de abril. Com a expulsão, Sérgio Vidigal ficaria sem partido, impossibilitado de se filiar a uma nova sigla e, portanto, não conseguiria concorrer ao pleito deste ano.
Apesar de não ter confirmado que deseja ser candidato à prefeitura da Serra, o parlamentar reafirmou que deixou seu nome à disposição para a disputa e que existem mecanismos que permitiriam sua ingressão na corrida. “Tem jurisprudência de alguns casos que aconteceram durante o período eleitoral. Até porque o presidente podia muito bem ter me expulsado em 24 de março, antes do fim do prazo de filiação, porque ele já tinha recebido um documento informando a minha decisão”.
Até o momento, o abaixo-assinado criado em defesa de Vidigal tem cerca de 400 assinaturas, mas pretende chegar a, pelo menos, mil. Em vídeo divulgado na internet, o presidente do PDT no Brasil, Carlos Lupi, reiterou que a Comissão de Ética já iniciou o processo de expulsão, que prevê direito de ampla defesa, e que o parecer será submetido ao diretório nacional da sigla no dia 30 de maio, no Rio de Janeiro.
A decisão foi tomada mesmo após o PDT capixaba enviar uma carta ao diretório nacional que endossava apoio à decisão de Sérgio Vidigal de votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff. O deputado também foi ovacionado no Aeroporto Eurico Salles, em Vitória, quando chegou de Brasília na noite dessa segunda-feira.
Apesar de Lupi ter dada como certa a expulsão dos dissidentes, já que o partido tomou a decisão de apoiar Dilma desde dezembro do ano passado, o deputado capixaba espera que o presidente esteja em um momento de ânimo aflorado e que revise suas declarações com o passar do tempo.
“Não sei o que está motivando tanto ódio no coração do Carlos Lupi. Mas a fala dele passa a ser a minha defesa porque só quem pode me expulsar é o diretório. Não sei se ele tem essa capacidade de adivinhar, mas creio que ele está equivocado e está falando um pouco mais nervoso, aborrecido, e usando algumas palavras que demonstram que esse processo é de revanchismo e não de ilegalidade que cometi no PDT”, disse Vidigal.