Vitória é a quarta capital brasileira com o maior número de beneficiários do Bolsa Família com perfil suspeito, revela uma ferramenta desenvolvida pelo Ministério Público Federal (MPF). A plataforma identificou grupos de beneficiários com indicativos de renda incompatíveis com o perfil de pobreza ou extrema pobreza exigido pelas normas do programa Bolsa Família para a concessão do benefício.
As bases de dados cruzados foram fornecidas pelo governo federal, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela Receita Federal e pelos Tribunais de Contas estaduais e municipais. Para chegar aos indicativos de capacidade econômica superior aos limites legais do programa, os usuários foram classificados em falecidos; servidores públicos com até quatro membros na família; doadores de campanha; empresários e servidores doadores de campanhas.
Dos R$ 68,7 milhões em benefícios pagos na capital capixaba entre 2013 e 2016, o MPF investiga possíveis irregularidades em R$ 4,26 milhões (6,2% do total) em pagamentos referentes a 1.228 recebedores. Vitória só está atrás de Palmas (TO), Boa Vista (RR) e João Pessoa (PB) em percentual de recursos suspeitos que, nessas capitais, equivalem a 9,19%, 8,26% e 6,69% respectivamente.
Na média nacional, o Espírito Santo está em 10º lugar. De R$ 1,05 bilhão em recursos pagos a beneficiários capixabas, R$ 46,36 milhões estão na mira do MPF.
O diagnóstico em relação ao programa Bolsa Família alcançou todos os 5.570 municípios brasileiros. Desse total, 30 cidades não apresentaram indícios de qualquer pagamento suspeito, mas nenhuma é do Espírito Santo. Os dados podem ser conferidos em http://www.raioxbolsafamilia.mpf.mp.br/
