O hospital é um ambiente de cuidados da saúde e pode gerar estados emocionais em seus pacientes que venham interferir desfavoravelmente em sua evolução. O psicólogo hospitalar tem como objetivo identificar e atuar sobre aspectos que possam interferir na recuperação e na adaptação do paciente durante o período de hospitalização, contribuindo para a promoção de saúde neste ambiente.
O psicólogo hospitalar é responsável por dar suporte, apoio emocional, escutar e acolher o sofrimento do paciente que passa por dificuldade em aceitar, enfrentar, superar e investir em sua situação de adoecimento e hospitalização (independente da gravidade de seu quadro de saúde).
Analisa todo o contexto relativo à hospitalização com o objetivo de encontrar o enfoque do sofrimento psíquico e intervir frente às principais dificuldades enfrentadas pelo paciente em seu percurso no hospital, dando-lhe novo significado.
Segundo a psicóloga Josiane Calegari, que atua na Santa Casa de Misericórdia Cachoeiro, os principais objetivos na atuação do psicólogo hospitalar são:
– Promover a adaptação do paciente à hospitalização e ao processo de adoecimento, atentando para as possíveis variáveis que influenciem estes aspectos (tais como: sono, alimentação, contato com a equipe, adesão ao tratamento, visitas e outros).
– Avaliar o paciente atentando para seu estado psíquico (orientação, consciência, memória, afetividade, entre outros)
– Criar estratégias junto ao paciente e sua família para lidar com os agentes causadores e/ou decorrentes das reações emocionais prejudiciais ao tratamento e à recuperação do paciente.
– Facilitar a compreensão da equipe, pacientes e familiares em relação às manifestações psicológicas envolvidas no processo de adoecimento e hospitalização.
– Promover a integração de ações, voltadas para o paciente e sua família, provenientes das diferentes áreas de saúde, dentro de uma visão interdisciplinar.
– Propiciar um atendimento individualizado e um ambiente físico e social mais acolhedor aos pacientes e familiares.
– Facilitar a comunicação do paciente e família/acompanhante junto à equipe de saúde e vice-versa.
– Avaliar os fatores de risco biopsicossocial que contribuíram para os aspectos emocionais envolvidos na internação, história de vida do paciente e na origem do problema.
– Escuta profissional direcionada à família ou acompanhante.
É muito importante o acompanhamento psicológico junto à família do paciente, pois geralmente vivencia um momento de crise devido o sentimento de impotência diante do sofrimento do outro, temor pelo falecimento, pela dificuldade em compreender o que se passa com o paciente.
O psicólogo hospitalar oferece apoio e orienta a todos em suas dúvidas, angústias, fantasias e temores a fim de que possa se reorganizar para ter condição de ajudar o paciente em seu processo de doença e hospitalização. A força afetiva da família, em muitos casos, é uma importante força de motivação para o paciente na situação de crise.
O psicólogo está presente no cotidiano do hospital para somar junto à equipe de saúde a fim de investirem em saúde mental e qualidade de vida.