Saúde

Agosto Dourado: prótese de silicone atrapalha a amamentação?

Antes de se submeter a cirurgia, é importante conversar com o médico que irá realizar o procedimento e saber qual a técnica que será utilizada

Foto: Divulgação

No mês voltado para a conscientização da amamentação, o Agosto Dourado, surge a dúvida sobre a cirurgia para implante de silicone antes de ser mãe. De acordo com o cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Adriano Batistuta, se colocadas atrás das glândulas mamárias elas não interferem em nada quando o assunto é amamentar.

Antes de se submeter a cirurgia, é importante conversar com o médico que irá realizar o procedimento e saber qual a técnica que será utilizada, pois a amamentação pode sim ficar prejudicada, caso seja necessária uma cirurgia de redução das mamas para então realizar o implante das próteses.

“Quanto a amamentação, o implante das próteses de silicone não interfere em absolutamente nada, pois as glândulas mamárias continuam ali e produzem leite normalmente após a gestação. O que interfere na produção de leite é a cirurgia de redução das mamas, pois nela também são retiradas glândulas mamárias, podendo interferir na produção de leite após a gestação”, disse Adriano.

A advogada, Daniele Assis disse que colocou as próteses antes de ter seu primeiro filho e que amamentou até 1 ano e meio, só parou por que a criança largou. “Tive muito leite. Quando engravidei fiquei com medo de não conseguir amamentar plenamente por já ter feito a cirurgia de implante de silicone nas mamas, mas não tive problema algum, tinha muito leite”, disse.

A médica ginecologista, obstetra e sexóloga, Lorena Baldotto disse que é importante essa informação sobre preservar as glândulas mamárias, pois o aleitamento materno é muito valioso para mãe e bebê. “Muitas pessoas tem minimizado a importância do aleitamento materno, acreditam que as fórmulas estão ai para suprir essa necessidade, mas o aleitamento é extremamente importante e só deve ser deixado de lado caso realmente a mãe tenha problemas reais para não realiza-lo. As fórmulas são muito boas e nutrem muito bem a criança, mas ainda assim não se comparam ao leite materno, que é considerado o alimento mais nutritivo que existe”. 

Dados estimam que anualmente, em todo o mundo, mais de 10 milhões de crianças com idade inferior a 5 anos morrem por doenças que podem ser evitadas. Com melhores taxas de amamentação, mais de 820 mil crianças dentro dessa faixa etária poderiam ser salvas. Por esse motivo, o aleitamento materno até os seis meses de vida precisa ser incentivado, pois além de contribuir para o desenvolvimento infantil, a amamentação pode ter também impacto na vida adulta da criança.

De acordo com a médica por meio da amamentação o bebê recebe todos os nutrientes que precisa para se desenvolver de forma saudável e por onde também recebe os anticorpos necessários para a manutenção da saúde e para que o seu sistema imunológico possa se formar de forma adequada.

“Já para a mãe, a amamentação traz benefícios tanto físicos quanto psicológicos. Ao amamentar, diminui o risco de hemorragias e anemia no pós parto, de desenvolver diabetes, de desenvolver câncer de mama e de ovário, de doenças cardiovasculares e de artrite. Além disso, durante a amamentação são produzidos os hormônios prolactina e ocitocina, promovendo uma sensação de bem estar e criando uma conexão entre mãe e filho”, disse.