Risco à saúde

Agulha não deve ser compartilhada, diz infectologista após caso com alunos do ES

Estudantes foram parar no hospital após um professor fazer um teste de tipagem de sangue com a mesma agulha durante uma aula

Arquivo/Agência Brasil
Arquivo/Agência Brasil

Mais de 40 alunos de uma escola pública de Laranja da Terra, na região Serrana do Espírito Santo, foram parar no hospital após um teste de tipagem de sangue realizado por um professor de Química. Ele teria usado a mesma agulha nos alunos de 16 e 17 anos.

O caso gerou repercussão em todo o país e acendeu um alerta para os riscos no compartilhamento do material médico.

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Após o ocorrido, a Secretaria de Educação (Sedu), informou que estudantes foram submetidos a teste rápido de diagnóstico de infecção, que deu negativo para todas as doenças testadas. Mesmo assim, foram expostos a possíveis riscos de saúde.

Em entrevista ao programa Fala ES, da TV Vitória/Record, o infectologista Eduardo Pandini descreveu que, em nenhuma hipótese, seja dentro ou fora da sala de aula, os pacientes devem compartilhar a mesma agulha.

Elas podem agir como meio de transmissão de uma série de doenças, inclusive HIV, hepatite B, hepatite C e sífilis. Os adolescentes podem ter a vida sexual ativa e isso pode gerar uma contaminação, explicou o médico.

O especialista também afirma que, dependendo do tipo da doença, é ideal realizar uma prevenção após o possível contato. Diante disso, o tempo é crucial.

No caso do HIV, o ideal é fazer uma prevenção após o possível contato com a doença o mais rápido possível, ou seja, até 72 horas. No caso de hepatite B, no caso das pessoas que não foram vacinadas, temos uma janela de tempo parecida, para fazer a vacina e o soro.

Além disso, o médico também alerta para a possibilidade de um exame falso negativo. “Existe, por questão de janela imunológica, a possibilidade de que um primeiro teste dê negativo e um segundo positivo 30 dias depois”.

Professor demitido e alunos testados

Ainda de acordo com a Sedu, os estudantes foram submetidos a um teste rápido de diagnóstico de infecção, que deu negativo para todas as doenças testadas.

A secretaria informou também que o professor teve o fessor teve o contrato encerrado. O caso foi enviado para a Corregedoria da Sedu.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtora Web
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória