No Espírito Santo, o primeiro caso de HIV/Aids foi diagnosticado em 1985. Desde então, foram contabilizados 18.414 casos da doença até dezembro de 2020. Nestes 35 anos, 3.573 pessoas foram a óbito. Portanto, 14.841 vivem com o HIV/Aids no Estado, sendo 69,5% (10.314) do sexo masculino e 30,5% (4.526) do sexo feminino.
No dia 1º de dezembro, comemora-se o Dia Mundial de Luta contra a Aids. O objetivo é reduzir o preconceito contra a doença, já que mesmo a maior parte da população tendo conhecimento sobre a forma de transmissão, a desinformação ainda gera a discriminação contra os portadores da doença.
Ao todo, no primeiro semestre de 2021, foram registrados 536 casos de HIV/Aids. Em 2019, 710 novos casos foram registrados. Já em 2020, houve o registro de 249 casos de Aids.
Ainda, em relação ao HIV/Aids, no ano de 2020 foram notificados no Espírito Santo 813 novos casos, sendo 615 do sexo masculino (75,6%) e 198 femininos (24,4%), tendo como a principal forma de transmissão do vírus relações sexuais sem proteção (99%).
Entre 2019 e 2020, foram registrados 422 óbitos pela doença, sendo 206 no ano de 2019 e 216 ocorridas em 2020.
Atualmente, 13 mil pessoas estão em uso de terapia antirretroviral distribuídos nos Serviços de Atendimento Especializado (SAE), nos 27 Serviços de Atendimento Especializado em DST/HIV/Aids municipais do Estado.
Informação é fundamental para combater o preconceito contra o HIV/Aids
A colaboradora do Programa DST/Aids da Secretaria da Saúde (Sesa) e referência técnica da Coordenação Estadual de DST/Aids, Sandra Fagundes Moreira da Silva, ressaltou que falar sobre a doença é fundamental para o combater ao preconceito.
Segundo Sandra, é falando sobre a doença que se leva para informações sobre como se transmite a doença. Ela explicou que desde a década de 1990, os ministérios da Saúde e do Trabalho, por exemplo, incluem as DST/Aids na Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho e Saúde.
“Isso, para levar informações também aos trabalhadores, como forma de esclarecer sobre a doença e mostrar que uma pessoa com o vírus HIV pode se relacionar e trabalhar normalmente”, disse.
E esclareceu: “O HIV não é transmitido por um abraço, aperto de mão e nem no convívio diário. Isso deve ficar muito claro para reduzir o preconceito e a discriminação”, esclarece a referência Sandra Fagundes.
Entenda como funciona a transmissão do HIV
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é transmitida pelo vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana):
– principalmente por contato sexual desprotegido com pessoa infectada pelo Vírus Imunodeficiência Humana (HIV)
– pelo sangue por compartilhamento de objetos perfurocortantes, como agulhas e seringas
– por transmissão de mãe infectada para o filho na gravidez, parto ou na amamentação.
Usar preservativos é a medida mais eficaz contra a doença
Por isso, como medida fundamental de prevenção, é recomendado o uso de preservativo durante todas as relações sexuais, mesmo que se conheça a parceria sexual, e não fazer o compartilhamento de agulhas nem seringas.
Segundo a técnica da Coordenação Estadual de DST/Aids da Sesa, Bettina Moulin Coelho Lima, é necessário saber também que a doença ainda não tem cura, mas tem tratamento.
Tratamento de HIV é gratuito e está disponível
É gratuito e está disponível nos Serviços de Atendimento Especializados (SAE) e no Centro de Testagem e Atendimento, (CTA), pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
É muito importante que as pessoas busquem as Unidades de Saúde para fazer o teste de HIV e, caso positivo, iniciem o tratamento e o acompanhamento.
“O tratamento para todas as pessoas que vivem com HIV/Aids é feito com medicamentos antirretrovirais. O número de comprimidos é menor e eles causam menos efeitos colaterais, o que facilita a adesão”, explicou Bettina Moulin.
Segundo a referência, é indispensável o tratamento de todo indivíduo infectado pelo HIV/Aids, para reduzir a carga viral e, consequentemente, com menos vírus atacando o sistema de defesa da pessoa com HIV/Aids, evita-se, desta forma, adoecer por Aids.
“Com a carga viral indetectável, a pessoa não transmite a vírus para suas parcerias sexuais”, acrescentou.
Conheça os sintomas e saiba como começar o tratamento contra a Aids
As pessoas infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana podem permanecer por longo período sem sintomas, mesmo sem saber que estão infectadas. Por isto, é essencial fazer sempre o teste rápido para HIV, pois dá para saber o resultado em poucos minutos.
Caso o paciente descubra que é soropositivo, isto é, infectado pelo vírus, e sem sintomas, é melhor que se inicie o tratamento antirretroviral rapidamente. Esse é bem simples e serve para que não haja o desenvolvimento da doença e, assim, o indivíduo não tenha Aids, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, que é a fase avançada do HIV.
Se a pessoa é infectada e não se cuida, não usa os medicamentos antirretrovirais, o vírus vai continuar se multiplicando, destruindo o sistema imunológico e, em algum tempo, ela pode apresentar sintomas, que são:
– diarreia
– lesões na pele
– várias infecções
– doenças oportunistas, como tuberculose ou pneumonia.
Pegar uma gripe, para quem sofre com a doença, pode ser muito grave. O diagnóstico precoce e tratamento precoce é fundamental para não ocorrer a progressão da doença.
Saiba onde buscar ajuda no Espírito Santo
No Espírito Santo, existem 28 pontos de Serviços de Atendimento Especializado (SAE) e 40 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) municipais, distribuídos por todo o Estado.
Também existe a Rede Nacional de Pessoas que vivem com HIV/Aids, com representações no Estado, além de ONG´S, como a Associação Capixaba de Redução de Danos (Acard-Vitória), a Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (GOLD-Vitória), além do Centro de Apoio ao Cidadão/Serra (CAC), que é uma Casa de Apoio e mantém inclusive internações.