O uso terapêutico da toxina botulínica, ou “Botox funcional” é algo cada vez mais comum em diversas áreas da saúde. Ao invés do objetivo estético, nesses casos, é utilizado para tratar condições médicas e melhorar a função muscular em determinadas situações.
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Um exemplo da aplicação terapêutica do botox é o tratamento de espasmos musculares. Pode ser usado também nos casos de enxaquecas crônicas, hiperidrose (suor excessivo), estrabismo (desalinhamento dos olhos), espasticidade em pacientes com paralisia cerebral (hiperatividade muscular involuntária), além de outras condições.
Ação da Toxina Botulínica na dor
Segundo o fisioterapeuta Daniel Pereira Grechi, a toxina botulínica é eficaz quando o objetivo é tratamento das dores.
“A toxina botulínica alivia a dor bloqueando neurotransmissores responsáveis pela transmissão de sinais dolorosos através dos nervos. Essa ação impede a contração muscular, reduzindo a tensão e a dor”, explica.
Pacientes com quadros de fibromialgia podem se beneficiar do uso terapêutico, já que alivia um sintoma frequente dessa condição: pontos de dores nuculares mais intensos.
Ainda de acordo com o fisioterapeuta, nestes casos, a toxina é aplicada diretamente nos músculos que estão causando dor.
“O profissional de saúde busca pontos de maior tensão ou dor e administra a toxina, oferecendo alívio localizado. Nos músculos, a toxina botulínica provoca uma paralisia temporária. Isso relaxa o músculo e alivia a dor causada por tensão ou espasmos musculares”.
Vale destacar que o tratamento combinado oferece melhores resultados. Uma abordagem combinada melhora a flexibilidade e a força, que são elementos essenciais para tratar condições de longo prazo.
“Juntos, toxina botulínica e fisioterapia são fundamentais para reduzir a dor crônica e melhorar a funcionalidade dos pacientes. A toxina botulínica diminui a dor e a tensão muscular, enquanto a fisioterapia foca na reabilitação e fortalecimento muscular, elevando significativamente a qualidade de vida, destaca o fisioterapeuta da Biopleno.
Combate ao suor excessivo
Caracterizada por uma produção anormal de suor, a hiperidrose é uma condição que leva a muito desconforto afetando diretamente a qualidade de vida das pessoas que sofrem com o problema.
A hiperidrose pode ocorrer em diversas partes do corpo, como:
– Mãos;
– Pés;
– Axilas;
– Rosto;
– Virilha.
“O Botox vem sendo usado de forma terapêutica no tratamento eficaz da hiperidrose. Ele é usado através de avaliação e relato de pacientes na tratativa de dar mais conforto a essa condição, pois tem a questão social que chega a ser afetada em grande parte dos pacientes”, destaca Kelly Mendonça, biomédica especializada em estética avançada.
Assim como no tratamento das dores, o método de aplicação é simples. A substância é injetada em pontos específicos de cada região a ser tratada. Kelly explica que a toxina botulínica age inibindo a ação das glândulas sudoríparas levando a redução da produção excessiva de suor.
“Como os efeitos colaterais mais significativos são desconhecidos, são poucas as contraindicações, mas não deve ser injetado em pacientes que têm alergia à bactéria da toxina botulínica ou que estiverem com algum sinal de inflamação”, finaliza.
Tratamento do bruxismo com o botox
O botox também é um importante aliado no tratamento do bruxismo. Caracterizado pelo ato de apertar ou ranger fortemente os dentes, desencadeia dores de cabeça, no maxilar e também nos dentes.
O dentista Felipe Bonesi explicou que a toxina possui um efeito miorrelaxante em relação às disfunções e dores na articulação temporomandibular, também conhecido como ATM.
Ao promover o relaxamento do músculo esquelético, proporciona o alívio da dor presente.
“Exitem vários graus de bruxismo. O diurno, que é quando o paciente aperta os dentes durante o dia, o noturno, tem rangimento e apertamento. Quando o botox é bem indicado funcionalmente, é quando paciente tem um grau muito elevado, começando a causar dor na área temporal, dor na nuca, quando o paciente,a gente consegue ver algum sinal clínico que o paciente tem muito desgaste de dente por rangimento, émuito indicado nessas situações”, destaca.
Já com relação à periodicidade do tratamento, o dentista afirma que a cada quatro ou seis meses.