Você já esqueceu onde deixou as chaves ou o nome de alguém conhecido? Isso acontece com todo mundo! Mas e quando o esquecimento começa a atrapalhar tarefas simples, como pagar uma conta ou lembrar o caminho de casa? Será demência?
Atenção aos sinais: repetir perguntas, esquecer eventos recentes, se perder em locais conhecidos e apresentar mudanças de humor podem ser sintomas preocupantes.
Alzheimer é a causa mais comum de demência
O Alzheimer é a causa mais comum de demência. Importante lembrar que demência é um termo médico que engloba doenças que afetam a memória, raciocínio e comportamento.
Os principais fatores de risco incluem:
- Idade: a partir dos 65 anos, o risco aumenta significativamente.
- Genética: pessoas com histórico familiar, especialmente com o gene APOE-e4, têm maior propensão.
- Saúde cerebral: acúmulo de proteínas tóxicas pode causar a morte de neurônios.
Mas atenção: o envelhecimento por si só não causa Alzheimer, e não existe “demência senil” ou “da velhice” – isso é um mito!
Prevenção e qualidade de vida
O Alzheimer provoca alterações específicas no cérebro, como o acúmulo de proteínas tóxicas e a morte de neurônios, resultando em sintomas que vão além do esquecimento.
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Embora não seja possível prevenir totalmente o Alzheimer, certos hábitos saudáveis podem retardar o início ou reduzir a progressão da doença. São eles:
- Exercícios físicos;
- Alimentação equilibrada;
- Estimulação cognitiva;
- Convivência social.
Outro fator relevante é a perda auditiva, comum entre idosos. Estudos mostram que ela está ligada à piora das demências, pois aumenta o esforço do cérebro e acelera o declínio cognitivo.
Usar aparelhos auditivos quando necessário é um cuidado essencial para proteger a saúde cerebral.
Outras demências e diagnósticos confundidos
Nem toda demência é Alzheimer. Outras condições também afetam a memória e o raciocínio:
- Demência vascular: ocorre por pequenos AVCs. Controlar pressão arterial, colesterol e diabetes pode ajudar na prevenção.
- Demência por corpos de Lewy: pode causar alucinações e dificuldades motoras.
- Demência frontotemporal: afeta comportamento e linguagem antes de comprometer a memória.
Atenção: nem todo esquecimento significa demência. Depressão, deficiência de vitamina B12 e até efeitos colaterais de medicamentos podem causar sintomas semelhantes, mas que são tratáveis.
Esquecimento normal ou um problema?
Aqui estão alguns exemplos para ajudar a diferenciar:
- Esquecer onde deixou as chaves é normal.
- Esquecer para que servem as chaves ou onde está sua própria casa não é normal.
- Perder o fio da meada durante uma conversa acontece com todo mundo.
- Repetir a mesma história várias vezes na mesma conversa merece atenção.
Se esses lapsos de memória estão se tornando frequentes e interferindo na rotina, é hora de procurar um médico.
Por que o diagnóstico precoce é tão importante?
Muitas pessoas têm medo de buscar ajuda, mas um diagnóstico precoce faz diferença.
Um neurologista pode determinar se o esquecimento está relacionado a Alzheimer, outra demência ou condições reversíveis.
Embora o Alzheimer ainda não tenha cura, tratamentos podem desacelerar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Além disso, o diagnóstico precoce permite planejar o futuro e oferecer suporte adequado ao paciente e aos cuidadores.
Não ignore os sinais
Esquecer é humano, mas quando isso começa a afetar o dia a dia, é hora de agir.
O Alzheimer e outras demências não são consequências inevitáveis do envelhecimento. Cuidar do cérebro deve ser um compromisso diário:
- Movimente-se;
- Alimente-se bem;
- Mantenha conexões sociais;
- Cuide da audição.
Se você ou alguém próximo apresentar mudanças na memória ou no comportamento, procure um especialista.
Entender o que está acontecendo é o primeiro passo para preservar sua qualidade de vida.