
Camarão, poeira e níquel: o que não faltam são causadores de alergias. Mas você já ouviu falar em alergia ao sexo? Sim, apesar de rara, ela existe.
A alergia, no entanto, não é exatamente ao ato sexual, mas sim ao esperma do parceiro. Esse quadro ocorre por conta de uma reação cruzada entre as substâncias que compõem o esperma e a mucosa que reveste a vagina.
De acordo com a médica ginecologista e sexóloga, Lorena Baldotto, os sintomas mais comuns são: inchaço da região, ardor na relação sexual, sensação de coceira ou queimação e hiperemia, que é a vermelhidão da vulva e da mucosa genital, que tem início de 10 a 30 minutos após a relação sexual.
“A reação alérgica pode ser séria, por se tratar de um processo imune, e causar até mesmo infertilidade no casal, já que, nesses casos alérgicos, o corpo identifica o espermatozoide como um corpo estranho e o mata. Mas os casais que sofrem com esse problema não precisam se desesperar, pois existe tratamento que faz com que eles consigam ter filhos”, disse.
O diagnóstico desse tipo de alergia deve ser feito com toda a cautela, pois outras infecções também provocam sintomas parecidos com os da alergia ao espermatozoide do parceiro.
“A vaginite, a candidíase, a vaginose ou alguma inflamação da mucosa possuem esses mesmos sintomas. A pessoa deve observar sempre o momento em que surge o problema. Se for após a relação sexual, a alergia ao sêmen deve ser investigada”, observou a médica.
É importante lembrar que a alergia é a uma proteína presente no sêmen do parceiro e que nem todas as pessoas apresentam o material com as mesmas proteínas. Portanto, se a mulher nunca teve essa alergia antes, mas mudou de parceiro e passou a ter, essa também é uma possibilidade e deve ser investigada por um ginecologista.
Lorena esclareceu que, se o casal não desejar ter filhos, é indicado o uso de preservativos. Entretanto, quando chegar o momento em que eles desejarem ser pais, o tratamento deve ser conversado com a ginecologista, pois as opções variam de acordo com cada caso.
Existe uma vacina que pode ser desenvolvida com o espermatozoide do companheiro, que é um tratamento em longo prazo e que tem chances de sucesso, ou também pode ser feita a opção de fertilização in vitro. Vai depender de cada situação.