Saúde

Alergia, estresse e até câncer podem ser consequências de uma má saúde bucal

Pela boca é possível diagnosticar mais de 10 doenças

Foto: Divulgação
Visita ao dentista deve ser feita há cada seis meses. 

Além de evidenciar expressões e sentimentos de afeto ou irritação, a boca é a porta de entrada do aparelho digestivo e está diretamente conectada a todo o sistema imunológico. Daí a importância de manter os cuidados e as visitas periódicas ao dentista para identificar qualquer situação que fuja da normalidade. Segundo o periodontista Thiago Degli Esposti, quando manchas, erupções, feridas que não cicatrizam e sangramentos nas gengivas aparecem com frequência já é um alerta de que algo não vai bem.

Algumas situações, como a presença de aftas – aquelas manchas vermelhas que evoluem para uma ferida arredondada recoberta por uma membrana esbranquiçada, que podem aparecer em qualquer idade -, já podem ser sinais de enfraquecimento do sistema imunológico, alergia, alteração hormonal ou estresse.

O sangramento da gengiva, seguido de inchaço na região, também é motivo para preocupação. O especialista explica que a periodontite, doença em estágio avançado na gengiva e que envolve até os ossos que sustentam os dentes, é considerada como um dos sinais mais frequentes em pacientes diabéticos. Já as fissuras e lesões que demoram para cicatrizar, principalmente quando vêm acompanhadas de dor, podem ser sintomas de câncer bucal.

Pela boca é possível, ainda, identificar se a pessoa está ansiosa e muito estressada. “O bruxismo, que é o ranger dos dentes, geralmente à noite, é uma forma de aliviar alguma crise emocional. Além disso, pode levar à doença periodontal e ao desgaste excessivo dos dentes, com fortes dores de cabeça”, explicou o dentista. 

O mau hálito, que por vezes acontece por falta de higienização correta dos dentes, também pode revelar algo mais delicado, como até mesmo o diabetes. Portanto, segundo Thiago, é importante procurar um especialista para avaliar a origem do problema.

Há ainda outras situações que requerem atenção especial, como dentes apinhados ou tortos e o diastema (espaço entre os dentes). Segundo a ortodontista Layssa Degli Esposti, 90% dos pacientes buscam tratamentos por uma questão de estética, enquanto, na verdade, o problema vai além das aparências, podendo desencadear uma série de complicações pelo corpo, como dificuldades na fala, na mastigação, no sono – ronco e apneia -, além do desgaste prematuro de dentes. Para esses casos, muitas vezes o recomendado é o uso de aparelhos ortodônticos ou ortopédicos para reverter o problema.

“Uma boca saudável proporciona boa mastigação e, consequentemente, melhor digestão e absorção dos nutrientes. Não basta apenas investir em alimentos ricos em vitaminas, proteínas e sais minerais. É imprescindível que a mastigação seja correta para que todos esses componentes sejam de fato absorvidos pelo organismo. Além disso, dentes alinhados e ossos bem posicionados liberam espaço para a passagem de ar e para a língua, permitindo uma respiração adequada e boas noites de sono”, disse Layssa.