Por serem externos, os olhos são os órgãos mais expostos a riscos durante o carnaval. Mulheres antenadas estão substituindo o glitter pelo bioglitter que é menos tóxico. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, a crença de que a maquiagem produzida com componentes naturais não fazem mal à saúde ocular é mito.
Este é o caso do bioglitter que para dar brilho à make dos foliões, pode conter gelatina de alga, pó de rocha, celulose, sal, e corantes naturais O oftalmologista afirma que embora estas substâncias não tenham a mesma toxidade das partículas de plástico do glitter, elas podem ser prejudiciais. “Caso o produto caia dentro do olho pode provocar vermelhidão, lesões na córnea e alergia em pessoas que tenham sensibilidade a algum dos componentes”, disse Neto.
De acordo com o especialista, a diferença é que o bioglitter agride menos a natureza. “O glitter tradicional faz mal ao meio ambiente por desequilibrar a biodiversidade e demorar muito tempo para decompor”.
Aplicação e remoção
Neto ressalta que uma das vantagens do bioglitter é a facilidade para ser retirado. Isso porque é solúvel em água e, portanto, basta lavar a pele com água abundante para eliminar qualquer resíduo. Na região dos olhos a fixação deve ser maior para evitar que partículas entrem em contato com a mucosa ocular. Por isso, recomenda que a fixação do bioglitter nesta região seja feita com cola de cílios postiços. Na remoção orienta usar creme demaquilante sem forçar a pele e depois lavar com água e sabão.
Como eliminar corpo estranho
O médico afirma que os olhos jamais devem ser coçados caso caia bioglitter ou qualquer outra substância dentro do olho. Isso porque, ao coçar a córnea pode sofrer arranhões que podem provocar úlcera e diminuição permanente da visão.
Para eliminar qualquer corpo estranho o especialista diz que a parte interna do olho só deve ser lavado com ampolas de soro fisiológico ou colírio lubrificante. A água só pode ser aplicada na higiene das pálpebras e na área externa.
Outros riscos
O oftalmologista afirma que outro risco relacionado a maquiagem é o compartilhamento com amigas, porque cada pessoa tem uma flora bacteriana na pele e o compartilhamento facilita a transmissão de conjuntivite: uma inflamação da conjuntiva, (membrana que recobre a parte interna das pálpebras e a parte branca do olho).
A conjuntivite também pode ser causada pelo uso de maquiagem vencida. Os sinais de que um produto está fora de validade são alterações na textura, cheiro ou cor. Quando isso acontece o produto deve ser eliminado!
“Usar lápis ou sombra na borda interna das pálpebras pode obstruir a glândula que produz a camada gordurosa da lágrima, provocar olho seco e terçol, que é uma ‘bolinha’ dolorida na pálpebra”, conclui.