Quando há patologia oncológica existem diversos fatores que devem ser tomados em conta para uma boa recuperação. O cuidado com a alimentação deve ser um dos mais fundamentais, porque ela é responsável por mudanças no corpo, assim como pode melhorar ou piorar as respostas imunitárias.
De acordo com Fabiano de Abreu, neurocientista e especialista em nutrição clínica, “uma alimentação saudável é primordial no auxílio ao paciente oncológico para que tenha uma resposta positiva durante e após o tratamento. A orientação nutricional com uma dieta equilibrada ajuda no processo de reabilitação e o seu resultado é comprovado mediante ao resultado positivo já no tratamento”.
O especialista destaca que é necessário uma nutrição que garanta uma melhor resposta, evitando a degradação dos tecidos do corpo e ajudando a reconstruir os tecidos atingidos pelos tratamentos, seja da quimioterapia ou radioterapia. “É necessário a absorção da quantidade e tipo de alimentos necessários para o organismo utilizar os nutrientes depositados e servir como fonte de energia, não sobrecarregando as defesas e enfraquecendo-as pela ausência e prejudicando no combate as infecções”.
Há uma série de decisões que afetam esse ponto e, segundo o especialista, “hormonioterapia, cirurgia, imunoterapia e o transplante de medula óssea também são terapias frequentemente utilizadas no tratamento do câncer e que afetam a nutrição dos pacientes”.
Durante os tratamentos oncológicos, aspetos relacionados com a alimentação podem ser afetados e ser difícil realizar o processo adequadamente. “Os tratamentos de pacientes oncológicos podem afetar o olfato, paladar e o apetite, prejudicando a capacidade de absorver os nutrientes necessários podendo também causar desnutrição. A anorexia e caquexia são causas comuns da desnutrição fazendo com que o paciente tenha perda de massa corporal pela falta de capacidade do organismo de armazenar gorduras”, esclarece o nutricionista clínico.
Segundo Abreu é ainda de importância destacar que “a nutrição também é importante devido aos efeitos colaterais que podem ser evitados ou amenizados com uma dieta específica para o tipo de tratamento e câncer. A nutrição não só dá a força necessária, mas influencia para que todo o processo funcione de forma eficaz, incluindo o humor”.
Até a parte ligada ao emocional pode sofrer alterações por conta da dieta alimentar realizada. “Na questão do humor, o desequilíbrio da microbiota intestinal, assim como na falta dos nutrientes necessários para a liberação de hormônios e neurotransmissores necessários não só para o equilíbrio emocional mas também para o aumento da imunidade.”, reitera o especialista.
Fabiano alerta para que “a dieta para pacientes com câncer tem que ser relacionado ao tipo de câncer, estágio, tratamento, levando em consideração não só esses fatores, como também o estilo de vida, histórico e os hábitos. Avaliando a possibilidade de outros tipos de variações mentais como por exemplo a depressão”.