Estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) contam com atendimento especializado na rede municipal de educação de Cachoeiro de Itapemirim. Além de assistirem às aulas do ensino regular, eles participam de atividades complementares nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), sob os cuidados de profissionais qualificados.
Nesses ambientes, os alunos têm acesso a materiais didáticos e práticas pedagógicas que estimulam o desenvolvimento deles e contribuem para a evolução do processo de aprendizagem.
TEA
O transtorno de espectro autista (TEA) não é propriamente uma doença, mas uma síndrome que representa um conjunto de manifestações características e podem ser causadas por uma ou mais doenças. Desta forma, o TEA pode ter diferentes causas e na maioria dos pacientes, não se descobre sua razão específica.
Como o TEA não se apresenta de forma linear, a equipe de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (Seme) organiza um planejamento de ensino para cada aluno. A partir de uma análise individual, são verificadas as necessidades educacionais da criança e traçadas as abordagens a serem feitas.
Os educadores das SRM trabalham em conjunto com os professores regentes, organizando atividades colaborativas adaptadas para as tarefas propostas nas salas comuns de ensino regular. A intenção é incentivar as crianças autistas a produzirem e executarem as atividades. As tarefas abrangem todas as áreas do conhecimento.
Atualmente, 155 alunos autistas estão matriculados na rede municipal de ensino de Cachoeiro. Além deles, recebem atendimento educacional especializado (AEE) nas 42 Salas de Recursos Multifuncionais da rede, no turno complementar, todos os estudantes com deficiência comprovada por meio de laudo médico.
“Estamos empenhados em garantir aos alunos com necessidades educacionais especiais um atendimento de excelência, que possibilite o desenvolvimento dos seus potenciais e sua aprendizagem, respeitando o tempo de cada indivíduo. Temos um olhar sensível e reflexivo, buscando sempre novos caminhos para o atendimento educacional especializado (AEE)”, ressalta a gerente de Educação Especial de Cachoeiro, Karla Ferraço.
“Oferecer um atendimento educacional especializado qualificado nas escolas municipais de Cachoeiro é um compromisso da gestão, para garantir uma educação cada vez mais inclusiva”, destaca a secretária de Educação do município, Cristina Lens, ressaltando que educadores da rede estão atualizando conhecimentos e aperfeiçoando práticas pedagógicas em novo curso de formação sobre AEE oferecido pela Seme.
Detectando o autismo
1. Pouco contato visual: a criança não olha quando é chamada pelo nome ou não sustenta o olhar.
2. Não interagir com outras pessoas: essa é uma das principais características do autismo. Sorrisos, gestos ou conversas são de pouco interesse de pessoas com essa condição.
3. Bebês que não fazem jogo de imitação: os bebês começam a imitar atitudes e comportamentos por volta dos seis a oito meses de vida. Portanto, deve-se ficar atento quanto à ausência desse comportamento.
4. Não atender quando chamado pelo nome: a criança pode parecer desatenta, sem demonstrar interesse pelo que se passa ao redor.
5. Dificuldade em atenção compartilhada: não demonstra interesse em brincadeiras coletivas e parece não entender as brincadeiras.
6. Atraso na fala: criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases deve receber maior atenção.
7. Não usar a comunicação não verbal: a criança, geralmente, não usa as mãos para indicar algo que quer.
8. Comportamentos sensoriais incomuns: a pessoa se incomoda com barulhos altos, por vezes colocando as mãos nos ouvidos diante de tais estímulos, não gosta do toque de outras pessoas e pode se irritar com abraços e carinho.
9. Não brincar de ‘faz de conta’: a criança não costuma criar suas próprias histórias, não participa das brincadeiras dos colegas nem utiliza brinquedos para simbolizar personagens. Suas brincadeiras costumam ser solitárias e com partes de brinquedos, como a roda de um carrinho ou algum botão.
10. Movimentos estereotipados: apresenta movimentos incomuns, como chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes. Os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade, tristeza ou ansiedade.