Saúde

América do Sul é um dos continentes com maior número de pessoas desnutridas

Doença pode ser dividida em primeiro, segundo e terceiro grau; problema contribuiu com mais de um terço das mortes de crianças no mundo

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No mundo, uma em cada nove pessoas sofre com desnutrição.

A desnutrição é um problema de saúde, considerada uma doença pela Organização Mundial de Saúde. Além disso, é responsável por um terço das mortes de crianças no mundo. No popular, a desnutrição ocorre quando falta a ingestão ou aborção de nutrientes e pode ser classificada em três tipos: primeiro, segundo e terceiro grau.

O problema está mais presente nos países que sofrem com a fome e, o número de pessoas atingidas por ela na América Latina e no Caribe cresceu em 2018 pelo terceiro ano consecutivo e já afeta 42,5 milhões de pessoas, em parte pela desaceleração econômica e pela situação na Venezuela, segundo destacou a ONU em relatório divulgado na segunda-feira (15).

Segundo o documento, a porcentagem de pessoas que passam fome aumentou de 6,2% da população, em 2015, para 6,5%, em 2017, um nível que se manteve em 2018. É na América do Sul onde vive a maioria das pessoas desnutridas da região.

No mundo, uma em cada nove pessoas sofre com desnutrição. Nos anos 70, cerca de 30% das crianças entre 5 e 9 anos estavam com déficit de altura no Brasil, um forte indicador de desnutrição de longa data na infância.

Causas 

A falta de acesso a alimentos com alto valor nutritivo é uma causa comum da doença. Amamentação inadequada, ingestão de alimentos pouco nutritivos e a falta de instrução sobre o valor nutricional dos alimentos contribuem para a desnutrição. 

Outras doenças também podem provocar a desnutrição. Um exemplo são as infecções frequentes ou persistentes, como diarreia, pneumonia e malária também são determinantes para o aparecimento da desnutrição.

Aumento da desnutrição na América do Sul 

A principal razão para esse aumento está na América do Sul, onde vive a maioria das pessoas desnutridas da região e onde a prevalência de subalimentação subiu de 4,6% em 2013 para 5,5% em 2017.

A situação mais alarmante está na África, onde a subalimentação cresceu em quase todas as regiões, enquanto em países do Oriente Médio, como Síria e Iêmen, não para de aumentar desde 2010.

A crise na Venezuela também explica o aumento da fome na América do Sul, pois a proporção de pessoas que não têm o que comer quase multiplicou por quatro. 

Em nível sub-regional, os maiores índices da fome ocorreram no Caribe, onde esse problema afetou no ano passado 18,4% da população (7,8 milhões de indivíduos), e na América Central, com 6,1% (11 milhões no total), embora ambas as taxas tenham caído com relação a 2010.

Obesidade 

Por outro lado, o relatório indica que a obesidade na América Latina e no Caribe cresceu de 21,7% da população adulta em 2012 para 24,1% em 2016, até 104,7 milhões de pessoas, em linha com as altas registradas em nível global.

No total, 821,6 milhões de pessoas ainda passavam fome em 2018 no mundo, um número que aumentou pelo terceiro ano consecutivo em parte pela frágil recuperação da última grande crise econômica, segundo a ONU.