Algumas manchas escuras na pele, principalmente na região da face, que envolve bochecha, região frontal e queixo, podem ser sintomas de melasma e possuem tratamentos que ajudam a evitar que se espalhem e tomem proporções ainda maiores. O melasma é uma hipermelanose crônica, condição caracterizada pelo surgimento de manchas escuras na região do rosto, mas que também podem expandir pela região dos braços, pescoço e colo.
Esse pigmento pode se desenvolver em ambos os sexos, mas sua maior ocorrência é no sexo feminino, principalmente em períodos gestacionais. “Não há uma causa definida, mas muitas vezes esta condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais femininos, à gravidez e, principalmente, à exposição solar”, explicou a dermatologista Katia Faria.
A dermatologista ainda afirma que além dos fatores hormonais e da exposição aos raios solares, à predisposição genética também influencia no surgimento desta condição.
Segundo a biomédica Nathalia Volpi, o tratamento do melasma é um desafio, devido à sua cronicidade e o principal objetivo do tratamento se baseia no clareamento das lesões e a prevenção e redução da área afetada, com o mínimo efeito adverso. Atualmente existem vários tipos de tratamentos contribuem para a diminuição das manchas e evitam a volta do pigmento.
Os principais métodos utilizados são: uso de despigmentantes tópico, peelings químicos, microagulhamento, intradermoterapia, luz intensa pulsada e lasers.
Despimentantes: substâncias despigmentantes ou clareadoras da pele apresentam resultados satisfatórios, porém não é conseguido imediatamente, pois a despigmentação é gradual. Existem diversos disponíveis no mercado, entre eles podemos citar: ácido kójico, arbutin, ácido ascórbico, ácido azeláico e a hidroquinona (que deve ser usado com muita cautela).
Peeling químico: utilizados há anos no tratamento do melasma. Constitui na esfoliação acelerada ou injúria à pele, induzida por agentes cáusticos que provocam dano controlado a pele. Entre eles destacam-se: ácido glicólico, ácido retinóico, ácido lático entre outros.
Laser: Os sistemas de laser mais comuns para o tratamento de lesões pigmentadas são os lasers rubi 694 nanômetros (nm), alexandrite QS (755 nm) e Nd:YAG Q-switched (1064 e 532 nm). O laser Nd:YAG QS pode atuar a dois comprimentos de onda, a 1064 nm ou na zona do verde a 532 nm.
Luz intensa pulsada: Em alguns estudos obtiveram-se bons resultados no tratamento do melasma epidérmico e misto. Porém, o uso da luz intensa pulsada tem que ser utilizada com muito cuidado pois podem ocorrer efeitos secundários como hiper e hipopigmentação.
Intradermoterapia: técnica minimamente invasiva que consiste em aplicações de ativos estéreis em quantidades pequenas através na pele. O ácido tranexâmico tem sido estudado como alternativa para o tratamento do melasma.
Microagulhamento: Procedimento realizado com microagulhas que provocam pequenas lesões controladas na pele induzindo a formação de colágeno, elastina e renovação celular. Após a perfuração da pele abertos canais na pele que ajudará na permeação do ativo com maior intensidade. Dessa forma durante o tratamento do melasma é realizado o drug delivery, termo em inglês que significa entrega da medicação nas camadas mais internas da pele. Os ativos utilizados no tratamento do melasma possuem ação despigmentante e antioxidantes que irão ajudar no clareamento.
Prevenção
Nathalia Volpi ainda recomenda adicionais para o sucesso do tratamento, como por exemplo: proteção contra os raios solares, a descontinuação de pílulas anticoncepcionais, suspensão do uso de alguns produtos cosméticos, investigação de doenças, alterações hormonais e inclusão de hábitos diários de cuidados com a pele.
“O clima tropical, a exposição constante ao sol e a miscigenação racial, são fatores que interferem no controle do melasma. Portanto, acima de qualquer tratamento, a conscientização da importância do uso de protetor solar deve ser padronizada, visto não só a melhor eficácia ao tratamento desta hipermelanose como também no combate do câncer de pele, insolação, queimaduras, envelhecimento precoce, flacidez, lesões, entre outras complicações”, afirmou a biomédica.