A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar uma nova tecnologia que faz o diagnóstico do olho seco em 3D sem nenhum contato com o olho. O equipamento utilizado no exame projeta as imagens para o médico, dessa forma é possível analisar camadas da lagrima.
O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto explica que o dispositivo é acoplado à lâmpada de fenda utilizada nos exames oftalmológicos de rotina, e projeta no computador do médico imagens que permitem avaliar cada camada da lágrima, a estabilidade do filme lacrimal, eficiência da piscada, o reflexo da pálpebra, funcionamento das glândulas de meibômio e o diâmetro da pupila.
“Este conjunto de informações permite estabelecer um tratamento mais eficaz e proporciona uma leitura muito mais precisa que o método convencional”, afirma. No método convencional, além do contato com a superfície do olho mascarar o resultado do diagnóstico, o funcionamento da glândula de meibômio e o equilíbrio do filme lacrimal não é aferido e isso dificulta a indicação do tratamento correto.
Estado de alerta
O oftalmologista afirma que o novo equipamento vem em boa hora. Isso porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que a umidade relativa do ar abaixo de 60% prejudica a saúde e nesta semana o índice vai estar abaixo disso em praticamente todo o país. Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) as áreas mais afetadas devem ser a região centro-oeste, estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Tocantins, sul do Pará e sudeste do Amazonas que devem permanecer em estado de alerta com umidade abaixo de 20% até o fim de semana.
Riscos
Para o especialista o olho é o órgão mais afetado pelo tempo seco. Isso porque, resseca a lágrima que tem a função de lubrificar e proteger os olhos. O clima, aumenta a concentração de poluentes e microrganismos no ar que agridem o globo ocular.
No Brasil a estimativa é de que 12% têm a síndrome do olho seco na proporção de 3 mulheres para cada homem. Os sintomas são vermelhidão, ardência, visão embaçada, coceira, e maior sensibilidade à luz. O oftalmologista adverte que não se trata de um mal menor. Se não for tratado corretamente pode causar cicatrizes ou inflamação na córnea, inviabilizar o uso de lente de contato, agravar o ceratocone, predispor à blefarite uma inflamação nas pálpebras, a conjuntivite viral e à alérgica.