A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a comercialização da insulina inalável no Brasil, chamada de Afrezza. A nova insulina é comercializada em pó, em cartuchos com três tipos de dosagem. Para utilização, o paciente com diabetes deve encaixar o cartucho no inalador e aspirar o pó. A substância chega ao pulmão e é absorvida pela corrente sanguínea, onde cumpre a função de reduzir os níveis de açúcar no sangue. Hoje, as insulinas disponíveis no mercado brasileiro são todas injetáveis.
Embora represente uma alternativa no tratamento do diabetes, a Afrezza não substitui todas as injeções diárias de insulina. É o que explica a endocrinologista Flavia Tessarolo. “Existem pacientes que possuem um tratamento baseado em até quatro aplicações de insulina por dia. Nestes casos, somente as doses de insulina rápidas e ultra rápidas administradas antes das refeições poderão ser substituídas. A insulina basal, de ação lenta, geralmente aplicada uma vez ao dia, deverá ser mantida”, explicou a especialista.
Segundo a endocrinologista, o medicamento inalável é contraindicado para menores de 18 anos, fumantes e portadores de doenças pulmonares. Apesar das restrições, a expectativa é que, com o novo medicamento, o paciente diabético ganhe qualidade de vida.
“Com a insulina inalável o paciente diabético conseguirá controlar a glicose após a refeição com apenas uma inalação, sem necessidade de quatro aplicações diárias de insulina. Sem dúvidas, isso representa um ganho na qualidade de vida desse paciente que vive refém das temidas e desconfortáveis agulhadas diariamente”, disse a médica.