Saúde

Até 45% das infecções por novo coronavírus podem ser assintomáticas

Indivíduos que não apresentam sintomas são capazes de transmitir o vírus por um longo período, talvez por mais de 14 dias

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

De acordo com os resultados de uma análise da Scripps Research, uma porcentagem expressiva de pessoas infectadas pelo vírus por trás da pandemia da covid-19 não apresenta sintomas da doença. O médico geriatra e gerontólogo, Rubens de Fraga Júnior, explica que os resultados publicados na revista Annals of Internal Medicine, sugerem que infecções assintomáticas podem ser responsáveis por até 45% de todos os casos de covid-19.

O grande problema, é que “não apresentar sintomas”, tem um papel significativo na disseminação precoce e contínua do coronavírus. Dessa forma, os resultados do relatório destacam a necessidade de testes sorológicos e de rastreamento de contatos para mitigar a pandemia. 

“A disseminação silenciosa do vírus torna ainda mais difícil o controle”, diz Eric Topol, MD, fundador e diretor do Instituto Translacional de Pesquisa Scripps e professor de Medicina Molecular na Scripps Research. “Nossa análise realmente destaca a importância dos testes”, completou. 

De acordo com o especialista Rubéns Fraga, a revisão sugere ainda que indivíduos assintomáticos são capazes de transmitir o vírus por um longo período, talvez por mais de 14 dias. “As cargas virais são muito semelhantes em pessoas com ou sem sintomas, mas ainda não está claro se a infecciosidade é da mesma magnitude. Para resolver esse problema, precisaremos de estudos em larga escala que incluam número suficiente de pessoas assintomáticas”, disse. 

De acordo com os pesquisadores, também é possível concluir que a ausência de sintomas pode não implicar em ausência de dano. “As tomografias realizadas em 54% dos 76 indivíduos assintomáticos no navio de cruzeiro Diamond Princess parecem mostrar anormalidades subclínicas significativas nos pulmões, aumentando a possibilidade de infecção por SARS-CoV-2 afetar a função pulmonar, que pode não ser imediatamente aparente. Os cientistas dizem que mais pesquisas são necessárias para confirmar o potencial significado dessa descoberta”, finaliza o médico geriatra e gerontólogo, Rubens de Fraga Júnior.