Nos últimos dias, acompanhamos diariamente o crescimento no número de casos da covid-19 no país. Junto aos números da doença, aumentam os registros de superlotação nos hospitais. Por isso, o brasileiro convive com o medo do colapso no sistema de saúde, seja pela falta de leitos ou pela escassez de insumos.
Apesar de trazer esperança, o início da vacinação não traz plena garantia de imunidade. Os casos devem continuar crescendo até que a população seja totalmente imunizada.
Diante deste cenário, a procura por atendimento médico domiciliar cresceu. De acordo com a Pronep Life Care, marca do grupo Sodexo e pioneira no setor de home care no Brasil, houve um aumento de 36% no número de pacientes em atendimento domiciliar, entre dezembro de 2019 e o mesmo mês de 2020. No total, foram realizados 3.410 novos atendimentos.
“Podemos explicar que qualquer expansão de serviço é impulsionada pela demanda do mercado. Atendemos às necessidades da população, bem como as preferências de quem busca soluções de saúde em casa”, analisa Hyran Godinho, CEO da Pronep. Ele lembra que atenção domiciliar não se trata apenas do acompanhamento de idosos ou de doentes graves crônicos.
“A simples troca de curativo de um ferimento causado por acidente doméstico ou a aplicação de uma injeção, por exemplo, que por vezes necessitariam uma visita ao hospital ou posto de saúde, podem ser realizados em casa, por um profissional treinado. Este processo diminui a chance do paciente se expor ao risco de contrair a Covid, entre outras doenças, e é recomendado por alguns médicos”, comenta.
Atendimentos mais comuns
No início da pandemia houve aumento nos atendimentos domiciliares devido a quedas e queimaduras. Entre junho e agosto de 2020, a procura por atenção domiciliar superou o patamar dos 42% na Pronep.
No segundo semestre de 2020, houve aumento significativo de internações domiciliares com pacientes que necessitaram de uso prolongado de oxigênio e de pacientes com lesões por pressão após quadro de Covid-19.
A maioria dos atendimentos em 2020, no entanto, não tiveram relação direta com a doença. Cerca de 53% foram relacionados a Doenças Neurológicas; 12,1% por doenças cardiovasculares; e 7,8% por doenças pulmonares. Somente cerca de 2% do total de atendimentos domiciliares na Pronep no ano passado foram decorrentes diretamente de complicações ou sequelas do novo coronavírus.
“Esses números mostram que, apesar do atendimento aos infectados por Covid-19 não ser tão grande, a procura pela atenção domiciliar cresceu, indicando uma mudança no comportamento das pessoas, que deixaram de ir aos hospitais e preferiram ser atendidas em casa”, analisa Godinho.