Outro dia, conversando com uma mãe, ela me contou que, quando achava necessário, batia na filha de 13 anos. Disse que fazia isso para que a filha soubesse “quem mandava”.
Enquanto ouvia, fiquei pensando: e quando essa menina crescer um pouco mais e reagir? O que acontece quando o medo deixa de funcionar?
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A violência pode até parecer uma forma de controle quando a criança é pequena, frágil e dependente. Mas, a longo prazo, o que realmente se ensina? Que quem tem mais força pode mandar? Que respeito se conquista pelo medo?
Expliquei a essa mãe que não é preciso ser autoritário para ser uma figura de autoridade. Minha própria filha, de 6 anos, sabe que sou responsável por ela, que há decisões que cabem a mim, e nunca precisei bater ou ameaçar para que ela compreendesse isso.
Ter autoridade não é sinônimo de ser autoritário. Autoridade não significa impor vontades ou passar por cima dos direitos dos outros.
A verdadeira autoridade nasce do respeito mútuo e do reconhecimento. Só tem autoridade quem é respeitado, e o respeito genuíno não vem do medo, mas da conexão e da confiança.
Pais, responsáveis e professores constroem sua autoridade no dia a dia, quando escolhem agir com respeito, quando são justos, coerentes e assumem suas responsabilidades com dedicação. A criança que aprende pelo respeito, e não pela imposição, se torna um adulto que respeita – não por medo, mas porque entende o valor do respeito.
Por isso, vale a reflexão: queremos que nossos filhos nos obedeçam por temor ou nos respeitem porque se sentem respeitados?