Seja luz do sol ou luz artificial, se você se sente incomodado diante de ambientes iluminados deve ascender um sina de alerta, pois a fotofobia, também conhecida como sensibilidade à luz, pode indicar outros problemas de saúde.
“A fotofobia pode ser uma consequência de alguns problemas relacionados a saúde ocular ou até ao sistema nervoso central, pois ela pode ser adquirida tanto por problemas visuais quanto sistêmicos. As alterações oculares mais frequentes estão relacionadas com inflamações (como uveítes e reações pós-operatórias), alterações na retina (como degenerativas e albinismo) ou lesões corneanas (como ceratites ou lesões tipo arranhões). Já as sistêmicas geralmente ocorrem por alterações do sistema nervoso central associadas a cefaleia e a enxaqueca”, disse o médico oftalmologista Renato Vieira Gomes.
A pessoa com este problema manifesta intolerância a ambientes luminosos, tem dificuldades em manter os olhos abertos nos ambientes ao ar livre ou moderadamente iluminados.
O médico alerta que pessoas que têm olhos de cores claras, como azul e verde, podem desenvolver os sintomas de aversão à luz, pois as camadas dos olhos de tons claros absorvem menos luz que os de cores escuras. “Casos mais severos podem ocorrer devido a fatores congênitos, tais como ausência de pigmentos no fundo do olho ou casos de aniridia (ausência da íris)”, pontuou o médico do Hospital de Olhos de Vitória.
“A fotofobia aguda é considerada um sintoma importante de que há algo diferente com os olhos do paciente. Por isso, os cuidados médicos e oftalmológicos devem ser procurados o quanto antes para que haja melhor avaliação do problema. Especialmente quando associado a outros sinais e sintomas como o embaçamento visual”, alertou.
O especialista destaca que não existe tratamento específico para “curar” o paciente que tem fotofobia. A médica oftalmologista Caroline Caliari Barros diz que quando possível, o melhor a fazer é identificar a causa da fotofobia e estabelecer um tratamento específico para reduzir os sintomas do paciente.
“Contudo, frequentemente a intolerância aos estímulos luminosos está relacionada a fatores congênitos e constitucionais particulares do indivíduo e para tais casos não há tratamento específico, já que o desconforto não pode ser considerado uma doença. Nessas situações os pacientes podem se beneficiar do uso de óculos fotocromáticos e de lentes de contato personalizadas prescritas por um oftalmologista”, comentou Caliari.
Para a maioria dos pacientes, que não apresentam problemas específicos, usar óculos escuros em ambientes externos e diminuir a intensidade da luz em locais fechados podem ajudar a diminuir os sintomas de quem sofre com esta sensibilidade e manter uma periodicidade regular com um especialista para melhor acompanhamento do caso.