Um homem morreu 48 horas depois de contrair uma bactéria comedora de carne nas águas da Flórida, segundo divulgou sua filha, Cheryl Bennett Wiygul, nas redes sociais. “As bactérias que comem carne parecem uma lenda urbana, mas gostaria de assegurar que não são”, escreveu ela em sua página no Facebook.
Moradores de Memphis, no Estado do Tennessee, nos Estados Unidos, o pai e a mãe de Cheryl haviam ido à Flórida – Estado com registro de ataque de bactérias desse tipo – passar alguns dias com a filha. Durante a estadia, entraram em uma praia na cidade de Destin, conhecida pela pesca, e em um riacho e um pântano, em Boggy Bayou.
Um dia depois de ter passado o dia na água, ele acordou com febre, calafrios e cãibras. Era o dia de voltar para casa e eles pegaram a estrada. Chegando em Memphis, por volta das 20 horas, teve de ir direto ao hospital, com dores severas nas pernas.
Ao examiná-lo, os médicos notaram uma mancha preta nas costas e a diagnosticaram como fasciíte necrotizante, iniciando tratamento com antibióticos pela veia.
A fasciíte necrosante pode resultar na falência múltipla dos órgãos. Estima-se que a mortalidade relacionada com essa infecção varie de 13% a 76% dos casos, e essa variação está diretamente ligada à demora no início do tratamento.
Agente causador
A fasciíte necrosante não possui agente etiológico específico, portanto pode ser causada por diferentes bactérias. Os agentes que iniciam essa infecção geralmente são o Streptococcus hemolítico do grupo A e Staphylococcus aureus.
Mesmo assim, os braços começaram a inchar e as dores tomaram todo seu corpo. Cinco horas depois, ele estava com sepse (infecção generalizada), foi entubado e internado na UTI. Horas depois, veio a notícia de que ele tinha morrido. “As bactérias o destruíram”, afirma a filha.
Ela divulgou que ele contraiu a bactéria Vibrio vulnificus, que se manifesta por meio da fasciíte necrosante, levando à sepse. Vibrio vulnificus é uma bactéria transmitida pela ingestão de crustáceos mal cozidos ou por feridas abertas.
A filha conta que tinha ouvido relatos de pessoas que contraíram a bactéria comedora de carne na Flórida e tomou precauções extras com seu pai, já que ele havia sido diagnosticado com câncer.
“Meu pai não tinha feridas abertas (que é por onde esse tipo de bactéria costuma entrar). Ele apresentava pequenos arranhões nos braços e pernas, mas tratamos de deixá-los bem vedados”, diz.
“Ele tinha câncer, portanto seu sistema imunológico estava comprometido. Ele lutou contra o câncer por muitos anos e esteve dentro da água várias vezes, então não parecia um risco”, completa.
Cheryl conta que, quando os pais informaram que iriam à Flórida, ela soube do caso de uma menina de 12 anos que havia contraído a bactéria em Destin que gerou uma fasciíte necrotizante. Ela tinha um corte na perna.
“Não havia aviso sobre bactérias em qualquer praia ou parque que fomos. Se eu soubesse, nunca teria levado meu pai”, diz.
“Não há informação suficiente sobre as bactérias na água. É preciso haver placas afixadas em todas as praias, cidades e parques estaduais que ‘devido a bactérias que ocorrem naturalmente na água, pessoas com feridas abertas ou sistemas imunológicos comprometidos não devem entrar'”, finaliza.
Via Portal R7