A obesidade é um problema grave de saúde pública no Brasil. Prova disso são as últimas pesquisas, que revelaram que 19% da população brasileira é obesa. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o Brasil é o segundo colocado no ranking mundial para esse tipo de cirurgia.
Especialista no assunto, Raphael Eler explica que a conhecida cirurgia de redução de estômago é considerada a melhor alternativa para o tratamento da obesidade quando outras opções já foram aplicadas e não resultaram em êxito, como a prática de atividade física e alimentação saudável, por pelo menos dois anos.
“Esse paciente precisa ter IMC maior que 40 ou com a presença de doenças relacionadas que oferecem sério risco à saúde, como diabetes, pressão alta, gordura no fígado e colesterol alto”, explicou Eler.
Estima-se que o número de cirurgias bariátricas realizadas no país aumentou 47% no último ano. “Esse dado é reflexo de um aumento considerável no número de obesos e o maior acesso a informação, que contribui para esclarecer as dúvidas de muitos pacientes que se sentiam inseguros com a cirurgia”, acrescentou.
Cirurgias bariátricas
ypass gástrico: técnica mais praticada no Brasil, o bypass gástrico corresponde a 60 a 70% das cirurgias bariátricas. Esse número é alto por conta da eficácia e segurança da técnica. “É possível perder de 30% a 40% do peso total, ou 60% a 80% do excesso de peso por meio do bypass gástrico”, explica o cirurgião, Ivan Sandoval de Vasconcellos.
A técnica consiste em grampear parte do estômago, reduzindo assim o espaço para os alimentos, além de fazer um desvio no início do intestino, intervenção que aumenta os hormônios da saciedade, reduzindo a fome, além de reduzir a absorção de calorias e acelerar o metabolismo.
Gastrectomia vertical (Sleeve): Vasconcellos explica que essa técnica consiste em grampear apenas o estômago, reduzindo a capacidade normal para 80 ou 100ml. “Por não mexer no intestino, a perda de peso é um pouco menor do que no by-pass gástrico, mas continua sendo totalmente satisfatório em casos selecionados, já sendo um procedimento consolidado, já que é feito há pelo menos 20 anos”, diz. “E tem algumas vantagens, principalmente quando se trata da absorção de vitaminas, que é menos comprometida nesta técnica”.
Duodenal switch: nessa cirurgia, que corresponde a 5% dos procedimentos realizados no país, é retirado 60% do estômago. A técnica é uma associação entre o desvio intestinal mais longo e a gastrectomia vertical. Com ela, é possível perder até 85% do excesso de peso. Essa técnica pode ser usada em casos de obesidade e diabetes mais graves, porém deve se pesar o risco e benefício, pois é uma técnica que perde muitas vitaminas e nutrientes, exigindo reposição mais intensa do que todas as outras técnicas.
Banda gástrica ajustável: essa técnica é usada em 1% dos procedimentos cirúrgicos no Brasil. Em desuso, consiste em instalar um anel de silicone inflável ao redor do estômago. Por ser um corpo estranho dentro do organismo, esse tipo de cirurgia pode eventualmente apresentar algumas complicações, por isso é pouco praticada no Brasil.