Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-ES) aponta os desafios que médicos e dentistas que atuam no setor privado no Espírito Santo encontram em suas atividades.
Entre os pontos relatados pelos profissionais está a burocratização dos planos de saúde ao liberar procedimentos e exames.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
Os dados foram divulgados na última sexta-feira (05) durante o Saúde em Fórum, evento que reuniu empresários, lideranças e especialistas na área da saúde em Vitória.
A pesquisa qualitativa teve os dados coletados em novembro de 2022 com dois grupos focais. Entre os pontos apresentados pelos médicos estão o gerenciamento dos negócios, que muitas vezes tem os serviços terceirizados.
Outro ponto destacado é a entrada de grandes grupos empresarias, movimento que, segundo os médicos, tem descaracterizado a figura do profissional, já que o vínculo do paciente passa a ser com o hospital.
LEIA TAMBÉM: Número de médicos deve dobrar em 10 anos, mas podem faltar especialistas
Os profissionais ouvidos também apontam desafios na relação com planos de saúde. Segundo eles, a burocracia dificulta a liberação de exames e outros procedimentos de saúde. Os médicos apontam ainda a baixa remuneração nessa modalidade. Esse ponto também é relatado pelos dentistas ouvidos.
As pessoas ouvidas que atuam na área da saúde bucal também teceram críticas a atuação do conselho que representa a categoria no que se refere a rigidez na fiscalização de pequenos consultórios.
A busca por procedimentos estéticos, em vez de procedimentos que visem a saúde bucal, também tem se apresentado como um desafio, segundo a pesquisa.
LEIA TAMBÉM: Número de micro e pequenas empresas na área de saúde cresceu mais de 80% em 5 anos no ES
A gerente de unidade de competitividade e produtividade do Sebrae-ES, Christiane Barbosa e Castro, destacou que a instituição presta apoio em alguns dos pontos relatados pelos profissionais, como a gestão, para melhorar tanto as condições de trabalho, quanto o atendimento aos pacientes.
“Temos o guarda-chuva de estratégias do programa “Saúde do Seu Negócio”, nele temos uma trilha customizada de capacitação e consultoria. Temos uma parceria com os conselhos em soluções escolhidas a dedo para o setor da saúde, o encadeamento produtivo, que é o desenvolvimento de fornecedores de médias e grandes empresas, além de parcerias para fazer consultorias para atender as determinações da ANS, transformação digital, logísitca, gestão de risco. Fazemos o atendimento de acordo com a necessidade de cada empresa para ajudar a superar esses desafios“, explicou.
VEJA DESAFIOS RELATADOS POR MÉDICOS E DENTISTAS DO ESPÍRITO SANTO NA PEQUISA
Desafios para médicos
— O enfrentamento dos desafios relacionados ao gerenciamento dos negócios passa pela contratação de consultorias e terceirizações de serviços.
— A figura do contador ganha destaque, bem como a necessidade de recorrer a cursos, MBA e Consultorias na área de gestão.
— A entrada de grandes grupos empresarias no mercado é vista como um movimento que tem descaracterizado a figura do médico, visto que o vínculo do paciente passa a ser com o hospital.
— A relação com planos de saúde é definido como burocrática, o que dificulta a liberação de procedimentos e exames, além da baixa remuneração.
— Inserção em massa de novos profissionais no mercado. Muitas faculdades foram abertas e muitos acabam se formando sem o devido preparo.
— Encontrar profissionais capacitados e comprometidos, que vistam a camisa da empresa e se dediquem a engrandecer a sua imagem.
LEIA TAMBÉM: Pacientes do Santa Rita terão acesso a tratamento contra câncer de hospital referência no Brasil
Desafios para dentistas
— A busca por procedimentos estéticos, em detrimento de procedimentos que visem uma saúde bucal, tem se colocado um desafio.
— Para os que já estão no mercado há mais tempo, o desafio maior é manter uma carteira de clientes que garanta certa estabilidade em suas agendas.
— Necessidade de recorrer a terceirizações e consultorias, principalmente para precificar os serviços, manejar os tributos, retirar alvarás e realizar o controle financeiro.
— Ineficiência da atuação do conselho de classe da categoria, o CRO, no que se refere a rigidez na fiscalização de pequenos consultórios em detrimento da liberdade dada para as clínicas maiores e as clínicas populares.
— Necessidade de lidar com as constantes mudanças e evoluções tecnológicas, seja em termos técnicos, seja em relação ao marketing de seus trabalhos.
— Sobre os planos de saúde, há queixas quanto à baixa remuneração, mas destacam que essa relação ajuda na indicação de pacientes, assim como, na sua fidelização.
— Os desafios no gerenciamento dos seus próprios negócios são muitos e vão desde a formalização da empresa até a sua gestão. Afirmam não terem recebido nenhuma formação durante a graduação para realizarem tais feitos.
