Saúde

Calvície atinge de 20 a 50% das mulheres, afirma especialista

Cuidar da alimentação e da saúde mental são de extrema importância, pois o estresse e as preocupações desencadeiam processos hormonais que podem acelerar a queda de cabelo

Foto: Reprodução/Pexels

Para muitas pessoas, principalmente as mulheres, os cabelos são importantes no visual. Assim, elas se sentem mais bonitas e confiantes. No entanto, parte da população enfrenta a alopecia androgenética, mais conhecida como calvície. 

A médica dermatologista, Ana Carolina Xavier Milagre, explica que trata-se de um distúrbio que ocorre em metade dos homens, aos 50 anos. Segundo ela, 20 a 50% das mulheres também enfrentam a queda de cabelo nesta idade.

A calvície faz com que os fios mais grossos (pelos terminais) se transformem progressivamente em fios mais finos e curtos, o que aumenta a visibilidade do couro cabeludo. A quantidade de raiz não diminui, porém os fios menores e mais frágeis caem com o passar do tempo.

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Primeiros sinais

Os primeiros sinais de calvície nos homens começam na região das têmporas, as famosas “entradas”, podendo chegar ao topo do couro cabeludo. Já nas mulheres, essa perda de cabelo é distribuída em diferentes partes do couro cabeludo.

Quais fatores contribuem para a calvície?

A dermatologista explica que a calvície está ligada a fatores genéticos e hormonais. Ana Carolina alerta que é necessário procurar um médico para realização de exames e, desta forma, a causa da queda de cabelo seja identificada. 

Ainda de acordo com a médica, para um diagnóstico correto, outras causas devem ser descartadas como: anemia por deficiência de ferro, dietas alimentares restritivas, doenças de tireoide, alterações hormonais, uso de alguns tipos de medicamentos, pós-parto, estados pós-cirúrgicos ou pós-estresse. Assim, o paciente poderá ter um tratamento adequado.

Tratamento

A internet está cheia de receitas naturais e caseiras que prometem o crescimento e o fortalecimento dos fios, mas cada tipo de calvície requer um tratamento específico. A tricologista e especialista em cosméticos naturais e sustentáveis, Carol Leitão, explica que o ideal é ficar atento aos sinais de perda de fios:

– Observar queda ao lavar os cabelos;
– Observar fios no travesseiro;
– Histórico familiar

Cuidar da alimentação e da saúde mental também são de extrema importância. O estresse e preocupações desencadeiam processos hormonais que podem acelerar a calvície. “Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e mais rápido se iniciar o tratamento, melhor será o resultado para evitar a queda de cabelos”, afirma Carol.

A tricologista respondeu dúvidas frequentes sobre a calvície

Raspar os cabelos irá estimular o crescimento dos fios, fazendo com que as madeixas voltem a crescer e a queda de cabelos chegue ao fim?

Não há relação entre raspar os cabelos e evitar a calvície. Toda estrutura capilar vem de um processo celular. Cortar, raspar os cabelos não tem ligação com a parte interna da pele. O ato de raspar os cabelos muda apenas a textura do toque na fibra capilar.

A alimentação influencia?

A tricologista afirma que sim. “O intestino está sendo considerado o novo cérebro como centro de comando emocional do corpo. Como dizem: somos o que nos alimentamos e com certeza a alimentação rica em vegetais, legumes e proteínas colabora para a boa saúde dos cabelos.”

Medicamentos que prometem o crescimento dos cabelos funcionam?

Existem medicamentos que contém os chamados fatores de crescimento. Esses fatores atuam corretamente nas interações químicas celulares auxiliando no crescimento e no fortalecimento dos fios. Alguns deles prolongam a fase de crescimento, chamada de fase anágena. Mas para a utilização desses fatores de crescimento, procure um profissional habilitado e nunca se automedique, pois isso pode desencadear reações adversas nos cabelos.

Transplante capilar

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Como forma de diminuir os efeitos da calvície, o transplante capilar tem sido a escolha de muitas pessoas. Trata-se de um procedimento definitivo em que ocorre uma redistribuição dos fios na área em que não há mais possibilidade de crescimento de novos fios.

A médica explica que o transplante capilar deve ser feito por um profissional habilitado e que respeita a área de segurança (área em que os fios não possuem identidade genética para calvície).

Por mais que seja tradicionalmente realizado em homens, cada vez mais mulheres têm procurado pela cirurgia de transplante capilar. No entanto, esse tipo de cirurgia ainda é novidade para muitas pessoas, o que acaba gerando certa insegurança quanto ao procedimento.

A tricologista explica que os riscos mais comuns são: cicatriz, crescimento insuficiente ou a queda dos fios transplantados, que costuma ser reversível. Geralmente é um procedimento seguro quando realizado por profissionais habilitados.

O procedimento, que tem um alto custo e que é permanente, exige cuidados a serem tomados conforme as orientações da equipe. Carol explica que a unidade folicular que foi transplantada passa por uma renovação celular após algumas semanas do transplante. Isso pode dar a sensação de perda de fios novamente, mas logo os cabelos voltam a crescer com aspecto totalmente natural. O ideal é manter a atividade do folículo em constante equilíbrio e a terapia capilar auxilia nesse processo pós-cirúrgico. Conseguimos isso através:

– Do uso correto do shampoo para pele do couro cabeludo
– Dormindo bem
– Mantendo o corpo hidratado
– Ingerindo vitaminas ideias para esse processo

O cabelo pode voltar a cair após o transplante?

Carol explica que sim. Mas cada caso deve ser analisado pessoalmente, pois vários fatores podem contribuir para esse processo. Quanto a possíveis complicações que o transplante pode trazer, Carol ressalta que podem ocorrer hematomas, inchaço na área, coceira e a formação de “casquinhas”, entre outras reações, mas em geral, o pós-cirúrgico é tranquilo e a pessoa se recupera em algumas semanas.