Nos últimos anos, a medicina trouxe grandes avanços sobre o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata. Mas, em meio às novidades, um fator continua sendo fundamental na cura da doença: o diagnóstico precoce pode aumentar chances de cura em até 90% desse tipo de câncer.
Segundo a recomendação dos especialistas, homens com mais de 50 anos devem comparecer anualmente ao urologista para sua “manutenção preventiva”.
Já os homens obesos ou negros, ou que tenham parentes de primeiro grau com a doença, devem fazer seus exames anuais a partir dos 45 anos.
“Um simples cuidado de comparecer ao urologista anualmente e dosar o PSA (exame de sangue) pode reduzir a mortalidade dos pacientes”, destaca Carlos Henrique Segall, urologista.
Os novos estudos trazem um melhor entendimento, principalmente sobre o comportamento da doença e manejo de seu tratamento. Atualmente, já se sabe que em casos iniciais, a doença não precisa imediatamente de um tratamento radical, e sim de um acompanhamento.
“É seguro, nesses casos, conviver com a doença sob vigilância ativa, sem prejuízos ao organismo, como os efeitos colaterais que podem os tratamentos provocar”, afirma Carlos Henrique Segall, urologista.
O conhecimento sobre a genética e a relação com o câncer também traz progresso expressivo no tratamento.
“Esses estudos genéticos mostram que alguns genes estão ligados ao câncer de próstata e, por meio dessa descoberta, podemos direcionar certas terapias”, diz Caroline Secatto, oncologista.
A recente aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que atualiza o Rol de procedimentos e Eventos em Saúde, também trouxe melhorias relacionadas às terapias para o câncer de próstata refratário à castração.
Se esse tipo for tratado de forma mais precoce, é possível ter uma evolução em relação à metástase, prologando o tempo de vida do paciente oncológico.
Disfunção sexual
O tumor de próstata é o câncer mais comum na população masculina. Vencer o preconceito dos homens quanto ao exame físico ainda é um desafio. Outro receio comum traz relação com os possíveis efeitos colaterais do tratamento.
De acordo com o urologista do Cecon Oncoclínicas, cerca de 25% dos pacientes serão acometidos com a disfunção erétil e 20% podem apresentar incontinência urinária.
“É importante lembrar que quanto mais cedo o câncer for descoberto, menor a chance dessas sequelas”, diz o médico Carlos Henrique Segall.
A cirurgia robótica, procedimento usado para remover o tumor da próstata de maneira cirúrgica com a assistência de um robô, vem revolucionando o tratamento do câncer de próstata.
A cirurgia minimamente invasiva é uma grande aliada para aumentar a chance de recuperação de ereção e evitar a incontinência urinária.
“Essa modalidade terapêutica vem se expandido no Brasil, e também no Espírito Santo, ampliando o acesso dos pacientes a essa tecnologia. Por conta de sua precisão, ela diminui os efeitos colaterais e permite uma melhor recuperação no pós-operatório”, explica a oncologista Caroline Secatto.
Mas, a disfunção sexual no caso do câncer de próstata pode ser afetada por outras modalidades do tratamento, além da cirurgia. Pacientes que necessitam da radioterapia ou terapia hormonal podem influenciar na função sexual.
“Há graus distintos de disfunção erétil e diferentes tratamentos. Algumas das terapias utilizadas são a bomba de vácuo e a terapia com prótese peniana, que pode vir depois do tratamento. É essencial ter um alinhamento entre o oncologista e urologista para saber qual será a opção para cada paciente.”, finaliza a oncologista do Cecon Oncoclínicas.