A síndrome do Olho Seco acomete cerca de 15% da população mundial e está aumentando sua incidência no Espírito Santo. A condição causada por maus hábitos e alguns fatores da vida moderna, como o uso excessivo de smartphones, pode comprometer a visão do paciente.
Segundo a oftalmologista especializada no tratamento da Síndrome do Olho Seco, Liliana Nóbrega, apesar do crescimento, ela ainda é desconhecida pela maioria dos capixabas e alguns sofrem anos com esse desconforto, sem terem conhecimento sobre ele. “Por ser uma doença crônica, sem cura, fazer o tratamento correto para diminuir os sintomas ao máximo, reduzindo o desconforto e melhorando a qualidade de vida, é fundamental”.
Para a especialista, o aumento na incidência da doença está relacionado com os novos tempos, com o uso de aparelhos eletrônicos, além dos maus hábitos e envelhecimento da população. As pessoas estão vivendo mais e aumentando o aparecimento da doença. “Há um impacto mundial na doença por conta de as pessoas ficarem, por muito tempo, em frente a um computador, notebook, celular, tablet, piscando muito menos do que o normal e, com isso, deixando de lubrificar os olhos”.
Outro ponto importante é o fato de que ela acomete mais as mulheres, principalmente após a menopausa. Nesse estágio da vida elas sentem muito ressecamento nos olhos.
Nesse estágio da vida elas sentem muito ressecamento nos olhos. Também são fatores de risco as doenças autoimunes de origem reumatológicas, cujos sintomas são boca e olho seco, e que podem ser acompanhadas de artrites.
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O que é?
A síndrome é caracterizada por uma deficiência na produção ou na qualidade das lágrimas provocando, principalmente, o ressecamento da superfície do olho. Os sintomas são ressecamento, vermelhidão, ardor e coceira. Em casos mais graves, o paciente pode sentir dor, baixa da acuidade visual, dificuldade no uso de lentes de contato, além de dificuldade em atividades de rotina como ler, ver TV, usar o computador, além de enxergar mal.
Ar condicionado, uso continuado de lentes de contato e alguns medicamentos (diuréticos, anti-histamínicos, antidepressivos e anticoncepcionais) também podem provocar a síndrome.
O tratamento não se resume a melhorar a quantidade de lágrimas. A doença é de origem inflamatória e muitas vezes é necessário, por exemplo, lançar mão de corticoides tópicos para desinflamar as glândulas ou usar imunomoduladores para tratamento de longo tempo.
Novo equipamento para tratamento no ES
Os capixabas ganharam um novo aliado durante o tratamento da síndrome. De fabricação francesa, o aparelho utiliza uma tecnologia de luz pulsada e foi desenvolvido especificamente para o tratamento das glândulas de Meibomius, responsáveis por 75% dos casos de Olho Seco.
Nóbrega trouxe a novidade para o estado e explica a eficiência. “O tratamento é realizado com procedimentos rápidos. Duram em torno de cinco minutos e são indolores. A luz emitida não é invasiva, o que não causa comprometimento do globo ocular. Ao ser aplicado na proximidade das pálpebras, esse pulso de luz estimula terminações nervosas das glândulas de Meibomius, favorecendo um aporte maior e melhor da secreção lipídica”, afirma.
Estudos clínicos já realizados apontam que cerca de 90% dos pacientes mencionam melhora dos sintomas e satisfação após duas aplicações. Em apenas três aplicações – após a primeira, são feitas outras duas aos 15 e 45 dias -, o paciente já percebe uma diminuição nos sintomas de olho seco.