Nesta semana três crianças de uma mesma escola, no município de Vitória, apresentaram quadro de conjuntivite e precisaram ser submetidas a um tratamento de raspagem de membrana, que é considerado por médicos, muito doloroso. Preocupados, os pais informaram temer a um surto da doença no Centro Municipal de Educação Infantil Zenaide Genoveva, em Jardim da Penha.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) de Vitória foi procurada para esclarecimentos e informou, por meio de nota, que Agentes estiveram na escola, na manhã da quarta-feira (27) para fazer as orientações necessárias sobre a doença, e que não haviam registros de atendimento de conjuntivite dessas crianças na rede de saúde do município.
Segundo a Semus também não há surtos de conjuntivite em Vitória até o momento. Porém, destaca que durante a primavera a doença tende a se manifestar, porque o tempo mais seco e com baixa umidade do ar favorecem a disseminação do vírus, e são mais frequentes os registros das conjuntivites acusadas por reações alérgicas aos resíduos que flutuam pela atmosfera, como poeira, ácaro e pólen.
De acordo com o oftalmologista Caetano Bellote Filho, os sintomas são bem característicos. “Normalmente, surge coceira, lacrimejamento, ardência e olhos vermelhos, além de sensibilidade à luz, a chamada fotofobia. Sendo a coceira o sintoma mais evidente”.
O problema, de acordo com o médico, é mais comum em crianças porque elas têm o hábito de colocar as mãos nos olhos com frequência e, se a mão estiver contaminada, o risco aumenta. Bellote Filho destaca ainda que, nas crianças, normalmente, a conjuntivite alérgica vem associada a outras alergias, como a rinite.
O ideal é sempre procurar um médico especialista em caso de sintomas. “O médico poderá recomendar alguma medicação específica para aliviar o desconforto. A orientação é nunca se automedicar porque pode haver um agravamento do problema”, alerta Caetano Bellote.
Dica
Para evitar a conjuntivite alérgica, as dicas do oftalmologista são manter sempre as mãos limpas, evitar flores dentro de casa, manter ambientes arejados, evitar o contato com objetos com muita poeira, limpar constantemente filtros de ar-condicionado, evitar secar roupas ao ar livre e tentar não coçar os olhos.
Dados
De janeiro até o momento foram registradas na rede Semus 416 casos de conjuntivite viral e 1616 casos de conjuntivite não especificada.