Células de gordura têm memória e dificultam a perda de peso

A perda de peso é um grande desafio para quem enfrenta a obesidade, mas ainda mais difícil pode ser manter os quilos eliminados a longo prazo.

Isso acontece porque o corpo possui mecanismos biológicos que favorecem a recuperação do peso perdido, e um dos principais responsáveis por esse processo é o hipotálamo, que aumenta a fome e reduz o gasto energético.

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Perda de peso: células de gordura têm memória?

No entanto, novas descobertas apontam que o próprio tecido adiposo também desempenha um papel importante nesse processo, facilitando a reincorporação de gordura após a perda de peso.

Um estudo recente publicado na revista Nature revelou que as células de gordura possuem uma espécie de “memória” após a perda de peso.

A pesquisa analisou amostras de tecido adiposo de humanos e ratos e identificou que pessoas com obesidade apresentam alterações transcricionais na gordura diferentes daquelas com peso considerado normal.

Descobertas ajudam a explicar o “efeito sanfona”

Mesmo após cirurgias bariátricas, com perdas acima de 25 kg, boa parte dessas mudanças permaneceu, indicando que as células de gordura continuam programadas para armazenar energia com mais eficiência.

Essas descobertas ajudam a explicar o famoso “efeito sanfona”, no qual o organismo parece estar predisposto a recuperar os quilos perdidos.

O fato de a perda de peso não ser suficiente para reverter completamente a programação epigenética das células de gordura reforça a necessidade de encarar a obesidade como uma doença crônica, que exige tratamento contínuo.

Estudos como esse são essenciais para o desenvolvimento de novas terapias que possam agir sobre essas vias biológicas, tornando a manutenção do peso uma realidade mais acessível para quem luta contra a obesidade.