O Espírito Santo possui 19 operadoras de saúde e quatro cooperativas médicas atuando em território capixaba. Entre 2003 e 2023, a taxa de cobertura de saúde suplementar, ou seja, do serviço privado de saúde, passou de 21,5% para 33%, a maior do país no período.
Os dados são da Análise Especial da Nota de Acompanhamento de Beneficlários (NAB) e apontam para um cenário interessante: para essa cobertura, há o trabalho por trás dos consultores de plano de saúde, que apresentam o serviço ao cliente. No entanto, para esse cargo, não é necessária qualificação — e, até então, não existia no estado.
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Mas, considerando a evolução da cobertura de saúde privada no país, aponta-se para uma necessidade de capacitar esses profissionais para estarem ainda mais preparados para lidar com vidas.
A partir de um movimento do Colegiado da Saúde do Espírito Santo, o programa de qualificação foi lançado em parceria com o Senac.
A presidente do Colegiado e head de Saúde da Rede Vitória, Alice Sarcinelli, explica que é preciso focar também na formação técnica de profissionais da área de saúde.
“Somos a capital que mais concentra médicos e dentistas no Brasil. Os números em relação ao nível superior impressionam. Mas, a gente precisa mudar e fazer com que a base da pirâmide esteja bem formada com os níveis técnicos e intermediários para que o serviço seja realmente prestado com qualidade para a população. Nós estamos dando uma resposta ao setor da saúde complementar”
Alice Sarcinelli, presidente do Colegiado e head de Saúde da Rede Vitória
Ela afirma também que a ideia da qualificação é fazer com que os vendedores saibam informar corretamente ao cliente sobre os direitos dentro da utilização do plano de saúde. A venda precisa ser realizada com ética e o consumidor comprar de maneira consciente.
Flávio Cirilo, CEO Quali Administradora de Benefícios, acumula uma vasta experiência no setor da saúde complementar e levantou a questão da falta de qualificação para os condutores ao Colegiado.
A gente quer que o Espírito Santo seja o case para o Brasil de treinamento de vendedores de plano de saúde. A gente não tem um modelo de treinamento unificado no nosso estado. Hoje um corretor faz cerca de R$ 6 mil por mês, mas não tem continuidade, não muda, não avança. O objetivo é abraçar esse projeto para o estado e a gente consiga, com o Senac, montar o primeiro curso técnico de vendas de planos de saúde. Não vamos exigir a qualificação por agora, mas será uma base para o futuro.
Aulas serão presenciais e acontecerão a partir de maio
A ideia do programa é dividir em dois passos: a capacitação, com duração de 36 horas; e a qualificação, que possui certificado, com duração de 160 horas. A parte da capacitação será permitida a realização por outras unidades do Senac ao redor do estado.
Dianimer Dutra, diretora de educação profissional do Senac, informou que foi realizada uma pesquisa para construir o programa em cima das necessidades do mercado.
Quando a Alice e o Flávio trouxeram a questão, foi realizada uma pesquisa de mercado e pensado em uma estrutura de formação que trabalhasse as dificuldades. Listamos uma série de competências e conhecimentos que essas pessoas precisam ter, estruturamos um plano de ação, e nós vamos ofertar agora essa formação específica para esse nicho dos profissionais.
As aulas serão presenciais e a previsão é que a primeira turma comece no mês de maio. Haverá um processo seletivo para os alunos, por meio de um link de inscrição que será compartilhado com as corretoras.
Ainda não há informações de valores, mas terá vaga social para quem ganha até 2 salários. O programa de qualificação foi apresentado para um grupo de líderes e representantes da área de saúde suplementar nesta quinta-feira (20), no Hotel Senac, na Ilha do Boi, em Vitória.
