O Brasil é apontado como um dos maiores consumidores de cervejas do mundo. Por se tratar de um país tropical e com altas temperaturas, os jovens acabam passando da conta no consumo de bebidas alcoólicas, podendo acarretar em algum tipo de doença, com a ingestão exagerada.
De acordo com o Dr. Alfredo Almeida Pina Oliveira, enfermeiro, especialista em Práticas de Promoção da Saúde e professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Enfermagem da Universidade UNG, apesar do consumo do álcool ser muito comum, existem problemas que podem ser reduzidos ou evitados.
Os riscos dependem de diversos fatores, como a quantidade de álcool consumida, padrão de consumo, vulnerabilidade (genética, psicológica, social), presença de doenças prévias ou uso de medicamentos, outros hábitos de saúde, etc. “Sabe-se que o consumo nocivo do álcool está fortemente relacionado com cerca de 200 tipos de doenças, lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito e morte”, explica.
Os principais problemas de saúde associados ao álcool são: transtornos por uso do álcool, suicídios, violência doméstica, lesões no trânsito, epilepsia, cirrose hepática, câncer (boca, esôfago, intestino, mama), pancreatite, tuberculose e hipertensão (pressão alta).
Algumas doenças são totalmente atribuíveis à ingestão da bebida, como por exemplo, a síndrome de dependência do álcool, enquanto que outras têm uma grande parcela atribuível ao seu consumo, como a cirrose (em 48% de todos os casos, estima-se que a causa seja o consumo alcoólico). No caso de lesões no trânsito, câncer de boca e pancreatite, mais de 25% dos casos são atribuíveis às bebidas.
O consumo nocivo de álcool causa prejuízos não apenas à saúde de quem bebe, mas também de seus familiares. Problemas de relacionamento, violência, negligência, gastos e perda de patrimônio e da sociedade como um todo, acidentes de trânsito, prisão e redução da produtividade no trabalho.
O corpo leva de uma a três horas para metabolizar uma dose de álcool. O tempo é maior em pessoas que apresentam uma menor quantidade de enzimas ou de água no organismo, por exemplo, mulheres e indivíduos que apresentam alguns problemas de saúde ou fazem uso de determinados medicamentos.
O álcool é processado no organismo mais lentamente do que é absorvido, de modo que além da sua quantidade total é importante controlar a velocidade e a forma do consumo. O beber pesado episódico (BPE) – também conhecido pelo seu termo em inglês como “bingedrinking” – corresponde à ingestão de quatro doses ou mais em pelo menos uma ocasião no último mês, e pode aumentar o impacto negativo do álcool nos órgãos e sistemas.
O especialista sinaliza que conhecer bem o próprio organismo ajuda muito e o mais recomendado é não consumir bebidas alcoólicas. Confira as dicas:
– Se pertencer à categoria “álcool zero”, não consuma álcool;
– Se tiver algum problema de saúde e/ou faz uso de medicamentos: consulte seu médico para saber sobre as contraindicações, as possíveis interações e os riscos relacionados ao consumo do álcool. Siga corretamente as orientações médicas ou de outros profissionais de saúde;
– Se for beber: consuma bebidas legalizadas ou de procedência adequada, beba com moderação e não dirija após consumir o álcool;
– Hidratar-se é essencial. Consumir alimentos ricos em carboidratos e pobres em gorduras pode ajudar na metabolização do etanol ou “álcool puro”;
– Observe seu comportamento durante e depois do consumo de álcool. Fique atento a sinais de efeitos negativos a sua saúde física, mental, social e financeira.