Os impactos provocados pela onda da nova variante Ômicron no Espírito Santo atingem trabalhadores de diversos setores. Porém, o afastamento médico de profissionais da saúde preocupam as autoridades.
Segundo Nésio Fernandes, secretário estadual de Saúde, ao longo do mês de janeiro foram registrados mais de 2 mil afastamentos provocados pela covid-19. Os números são referentes a soma de trabalhadores do estado e dos terceirizados.
“O estado do Espírito Santo, neste domingo (30), em pactuação com a rede privada, decidiu adotar uma medida importante para reduzir o impacto, principalmente, do afastamento médico dos trabalhadores próprios e terceirizados da rede de saúde capixaba. Nós tivemos, ao longo do mês de janeiro, aproximadamente 1.536 trabalhadores afastados do serviço na Sesa. Se somarmos os trabalhadores terceirizados, incluindo os médicos das cooperativas de saúde, nós passamos de 2 mil afastamentos pela covid-19 em um mês”.
Rede privada poderá suspender as cirurgias eletivas
Além das contaminações, por ser um período de férias, Nésio afirmou que os serviços de saúde passaram a ser fortemente implicados. Inclusive, de acordo com o secretário, a agenda de ampliação dos leitos estava comprometida com o fato do percentual muito grande de trabalhadores afastados. “Esse fenômeno aplica-se também nos serviços ambulatoriais, às equipes de testagem”, reforçou.
Após reunião com o setor privado de saúde, o secretário disse que: “A avaliação feita do impacto na rede pública é compartilhada também na rede privada. No entanto, diferente de outras ocasiões, a suspensão (de cirurgias eletivas) tem o período definido de 14 dias”
“Nós mantivemos e estão mantidas no estado as consultas de risco cirúrgico, as consultas de diagnóstico, nós estamos permanecendo com os acessos às consultas ambulatoriais para garantir a continuidade de todos os pacientes agendas para cirurgias eletivas essenciais e não essenciais que são aquelas que podem aguardar um período superior a 30, 60 e 90 dias”, pontuou.
A expectativa agora da secretaria é de, no mês de fevereiro, alcançar aproximadamente mil leitos de UTI e enfermaria disponíveis para atender pacientes contaminados pela covid-19. Nésio ressalta que com essa expansão, a rede de saúde será capaz de suportar a pressão assistencial, o que deve garantir o acesso da população aos serviços.
“Nós compreendemos que foi uma decisão dura, mas imposta por uma realidade que é objetiva e impacta diretamente a capacidade dos serviços públicos e privados na capacidade de atender os pacientes atingidos em situações agudas e críticas”, enfatizou.
Todos os hospitais privados que atingirem 85% da capacidade de ocupação das UTIs ou que estiverem com um comprometimento muito grave de casos positivos laborais poderão suspender por 14 dias as cirurgias eletivas nas próprias unidades.
Segundo Nésio, nesta quarta-feira (02), a Sesa vai notificar a Agência Nacional de Saúde Suplementar sobre a decisão tomada no Espírito Santo.
Estado terá mutirão de cirurgias eletivas
A secretaria afirmou ainda que a decisão tem caráter temporário, transitório e com isso ela pode ainda no mês de fevereiro ser retomada.
Ainda no mesmo mês, será anunciado um mutirão de cirurgias eletivas, de consultas e exames que poderão garantir a toda população capixaba, que não pôde ser atendida, o acesso ao procedimento.