Saúde

Covid-19: Brasil pode tratar até 456 mil infectados simultaneamente, diz estudo

No total, envolvendo o sistema público e privado, o País tem 32 mil UTI's que oferecem o atendimento de ventilação mecânica invasiva

Foto: Divulgação
Custo mensal da utilização desses leitos pode chegar a R$ 1,1 bilhão.

Um levantamento da Funcional Health Tech realizado em parceria com a Planisa, mostra que o Brasil tem capacidade para tratar até 456 mil pessoas infectadas com o novo coronavírus simultaneamente, sendo 32 mil delas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). 

Esse é o total de leitos de UTI adulto disponíveis no SUS e no sistema privado que oferece o atendimento de ventilação mecânica invasiva (usado para tratar os casos avançados da doença). 

O levantamento mostra ainda que o custo mensal da utilização desses leitos durante um possível pico da pandemia no país chegará a R$ 1,1 bilhão.

Com base em dados de 106 hospitais, das redes pública e privada, de 2019, a análise mostra que o custo médio em cada uma das unidades hospitalares pesquisadas é de R$ 1.934 por dia de UTI adulto. O estudo considera a hipótese de que 40% dos leitos do país estarão ocupados por outras enfermidades e cerca de 60% estarão disponíveis para o tratamento da covid-19.

Com a portaria 414 do gabinete do Ministério da Saúde, de 18 de março, a previsão é de ampliação da rede SUS em mais 2.540 leitos, nos próximos 90 dias. De acordo com o médico Ricardo Ramos diversas variáveis podem aumentar ou diminuir a procura por esse tipo de leito.

“A estimativa de novos leitos ainda é incerta, uma vez que não se sabe exatamente o nível de demanda que será gerada pela covid-19, mas desenvolvemos o estudo para apoiar o setor de saúde a se planejar operacionalmente diante da demanda que está por chegar. Focamos a análise em leitos de UTI adulto por ser o destino principal dos casos graves de pacientes infectados até agora. Pelos dados divulgados até o momento, cerca de 4,7% dos pacientes necessitam de suporte em ambiente de terapia intensiva e 2,3% de ventilação mecânica invasiva”, explica Ricardo Ramos.