Saúde

Covid-19: pacientes com epilepsia fazem parte do grupo de risco?

A crise do coronavírus causou diversas mudanças na rotina das pessoas. Para pacientes que convivem com a epilepsia, este é um momento de muitas dúvidas

Foto: Divulgação
Neuropediatra explica que a posologia dos medicamentos não deve ser alterada neste momento

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 50 milhões de pessoas têm epilepsia, o que a torna uma das doenças neurológicas mais comuns em todo o mundo. A preocupação dos pacientes neste momento é com a covid-19, porém, a neuropediatra Kette Valente destaca que somente a epilepsia não é um fator de risco.

“A doença não é um fator de risco, mas há exceções, como pacientes que têm alguma síndrome epilética em que existem outros comprometimentos como, por exemplo, o do sistema imune ou pacientes idosos, neste caso o fator de risco não é epilepsia em si, mas a presença de outro comprometimento que os deixam mais vulneráveis”, esclarece.

Acesso ao tratamento

A epidemia exige o isolamento social e muitas pessoas estão em casa, gerando questionamentos sobre a continuidade das medicações. A especialista enfatiza a importância de manter o tratamento com os antiepiléticos de forma correta. “Tudo o que não queremos é que o paciente com epilepsia descompense neste momento”, evidencia.

A neuropediatra também explica que a posologia dos medicamentos não deve ser alterada neste momento. “As prescrições devem ser repetidas, ou seja, você deve continuar tomando as medicações como sempre tomou. Esse talvez seja o pior momento para se mudar medicação. Exceto se houver uma piora importante das crises epiléticas”.

A Dra. Kette também alerta sobre os cuidados em procurar atendimento em hospitais neste momento, devido ao crescente número de casos de covid-19. “Existem situações especiais para se procurar a emergência como, por exemplo, crises convulsivas que durem mais de 5 minutos, crises repetidas, crises que ocorrem dentro da água com lesão que o paciente se afoga, crises que o paciente não volte e fique confuso e crises que coloquem em risco a vida do paciente”, finaliza.

Neste momento, a informação é crucial para amenizar as dúvidas e aumentar a segurança de quem convive diariamente com pacientes com epilepsia. Seguir as orientações médicas é um importante passo para garantir melhor qualidade de vida, mesmo em épocas de incertezas como agora.