Os números da obesidade infantil têm apresentado crescimento no Espírito Santo. Segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar da secretaria de Estado da Saúde (Sesa), das 60.384 crianças avaliadas pela Rede de Atenção Primária à Saúde, em 2021, 6,47% (3.904) apresentaram o problema.
Ao somar os indicadores de crianças e adolescentes no Estado, no mesmo ano de 2021, o total sobe para 14,83% das avaliações, o equivalente a 8.959 crianças.
De acordo com a referência técnica e nutricionista do Núcleo Especial de Atenção Primária, Raiany Jalles, nos últimos 40 anos, a obesidade tem aumentado de maneira epidêmica entre crianças e adolescentes. Atualmente, representa um problema de saúde pública no mundo.
“É fundamental que os pais e cuidadores acompanhem regularmente nos serviços de saúde o desenvolvimento infantil de seus filhos. Além disso, é importante que criem um ambiente que seja favorável à alimentação saudável, à redução do comportamento sedentário e às boas práticas de sono, e, claro, sem exigir alterações no peso da criança e/ou adolescente. É importante se conscientizar de que a obesidade infantil pode causar problemas de saúde graves e emocionais, que são capazes de permanecer ao longo da vida deste indivíduo”, ressaltou Raiany Jalles.
Resultado de diversos fatores, como os genéticos individuais, ou comportamentais, familiar, comunitário, escolar, social e políticos, a obesidade infantil acarreta sérios problemas à saúde dos pequenos.
Entre eles existe ainda um outro fator: o ambiental. Ele se refere a lugares onde existe um facilitador de escolhas alimentares que não são saudáveis, além de comportamentos sedentários. Vale ressaltar que o sono inadequado também favorece o aumento de peso.
Consequências da obesidade na saúde das crianças e adolescentes
Crianças e adolescentes obesos podem apresentar uma série de problemas decorrentes dos excesso de peso. Veja alguns deles:
– Dificuldades respiratórias;
– Aumento do risco de fraturas e outros agravos osteoarticulares;
– Hipertensão arterial sistêmica;
– Marcadores precoces de doenças cardiovasculares;
– Resistência à insulina;
– Câncer;
– Efeitos psicológicos, como baixa autoestima, isolamento social e transtornos alimentares, entre outros.
É importante lembrar que, ao longo da vida, o excesso de peso leva a outros problemas, como:
– Transtorno do déficit de atenção;
– Isolamento social;
– Bullying;
– Baixa autoestima;
– Autoimagem negativa;
– Transtornos alimentares.
Como evitar a obesidade infantil?
É fato que prevenir a obesidade infantil promove qualidade de vida para a criança na infância e para a vida adulta. Por isso, a recomendação das autoridades de saúde para os cuidadores é fazer o acompanhamento regular nas Unidades Básicas de Saúde. Por meio dele, é possível observar o desenvolvimento infantil. Na caderneta da criança, o profissional avalia as curvas de crescimento e peso.
Outro ponto importante é que os pais e responsáveis entendam a necessidade de controlar a disponibilidade e a acessibilidade a alimentos ricos em açúcares e gorduras. Monitorar o tempo na televisão, videogames, celulares, e apoiar a realização de atividades físicas extracurriculares e brincadeiras ao ar livre, colaboram para a manutenção da saúde das crianças e adolescentes.
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