Na última quinta-feira (05), foi anunciado o diagnóstico do novo coronavírus (Covid-19) em um paciente no Espírito Santo, sendo o primeiro caso confirmado da doença, que tem acometido mais adultos e idosos. Contudo, a comunidade médica ainda não tem explicação do motivo do baixo índice de contaminação nas crianças.
Por conta disso, uma pediatra e especialista em saúde infantil, Jovarci Motta, destacou um dos motivos para a baixa incidência do coronavírus nos pequenos. “Ainda não se sabe o porquê do vírus não se manifestar com tanta frequência nas crianças, mas elas possuem um sistema imunológico mais fraco, pois ainda está em desenvolvimento. Mesmo após o nascimento, a defesa do organismo é menor. É precoce inferir esses diagnósticos nesse momento”, explica.
O especialista reforçou ainda que o vírus pode também ter um efeito mais brando no público infantil, bem como outras doenças. “Em algumas crianças as doenças, como a catapora, podem se manifestar em estágio mais leve ou mais grave. Por isso é necessário mais cuidado na detecção no sistema de saúde infantil”, ressalta.
Grávidas
As grávidas e puérperas – aquelas que deram à luz recentemente e estão em período de resguardo – costumam ser mais suscetíveis às doenças respiratórias por conta da baixa imunidade.
Segundo pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 147 mulheres analisadas, 8% desenvolveram um caso agudo da doença e 1%, crítico. Também não há nenhum relato de que o vírus seja transmitido no útero ou ao recém-nascido por meio da amamentação. Além disso, o Centro de Controle informou que todos os bebês que contraíram a doença se recuperaram muito rápido.
O pediatra alerta às gestantes que comuniquem imediatamente ao seu médico qualquer sintoma que seja parecido com o do novo coronavírus.
Sintomas
Pouco se sabe sobre a doença, mas os sinais e sintomas são semelhantes aos de uma gripe, que são: febre, tosse, falta de ar, dor de garganta e fraqueza. Em alguns casos, é possível que ela evolua, causando dificuldades respiratórias, levando a óbito.
O contágio ocorre por gotículas respiratórias provenientes de espirro, tosse, contato pessoal próximo, contato com superfícies contaminadas. Além disso, o vírus pode ficar encubado em superfícies e até mesmo no organismo por até 14 dias.
Prevenção
Apesar de não ter vacina ou tratamento específico, há formas de evitar a doença com simples hábitos. O infectologista, especializado no Instituto Emílio Ribas de São Paulo, Eduardo Pandini, conta que é necessário higienizar frequentemente as mãos.
“Pode ser feita com álcool-gel, álcool 70% ou água e sabão, principalmente depois de ir ao banheiro, espirrar, tossir ou tocar superficies como maçanetas e corrimões”, diz o médico.
Pandini reforça a eficácia do álcool em gel no combate ao vírus. “O produto tem propriedades contra bactérias e vírus, pois os mata desnaturando as proteínas que os revestem. Tanto o álcool-gel quanto o álcool 70% têm essa propriedade, e que funciona melhor quando há uma quantidade de água junto”, observou.
O pediatra Jovarci Motta acrescenta que o álcool também pode ser utilizado na higienização dos brinquedos e pertences das crianças, a fim de evitar a contaminação e disseminação do Covid-19.
Confira algumas dicas dos especialistas:
– Evitar levar as mãos aos olhos, nariz e boca após tocar superfícies;
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies, inclusive celulares;
– Cobrir nariz e boca com um lenço descartável ou com a dobra do cotovelo ao tossir ou espirrar;
– Evitar contato com aglomerações e com pessoas doentes, e evitar contato com outras pessoas se você estiver doente;
– O uso de máscaras é recomendado apenas para pessoas que estão doentes (para evitar transmitir o vírus aos outros) e aos profissionais de saúde.