Saúde

UTI: cuidados especiais favorecem a recuperação mais rápida do paciente

Apoio físico e psicológico, examinar, traçar condutas, dar orientações, cuidar do paciente e da família, são objetivos da Unidade de Terapia Intensiva

Foto: Divulgação
Hospitais públicos do Brasil têm até dezembro de 2020 para diminuir em até 50% as infecções em UTI’s. 

O período de tratamento de uma doença grave ou de risco pode trazer sofrimento físico, psicológico e social para os pacientes e sua família. O hospital é um ambiente que pode gerar estados emocionais que venham a interferir na evolução dos quadros clínicos, por isso, cuidados especiais são muito importantes para a recuperação do paciente.

Imagine um local em que uma pessoa doente seja assistida 24 horas por dia, recebendo os cuidados de uma equipe com profissionais de diferentes áreas, aliviando e prevenindo o sofrimento diante da doença, tratando a dor e os demais sintomas, além de confortar os familiares. Este lugar existe, e se chama Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM) houve um aumento no número de leitos das UTI’s no Brasil. Mas, diferente do que muitos possam pensar, isso não significa necessariamente que existam mais pessoas em estado crítico. É porque a unidade também é destinada para promover a segurança do paciente. 

De acordo com a médica intensivista do Grupo Meridional, Elizia Piassi, apoio físico e psicológico, examinar, traçar condutas, dar orientações, cuidar do paciente e da família, são objetivos da UTI, e todos esses cuidados são necessários para uma recuperação mais rápida. “Antigamente a UTI era vista como um local de pacientes extremamente graves, hoje em dia, a unidade também dá suporte aos pacientes de fatores de risco. Os leitos cresceram porque nós ampliamos os cuidados do setor”, destacou a médica.

Atenção especializada no Espírito Santo 

Atualmente no Espírito Santo existem quatro hospitais públicos que integram o Programa do Ministério da Saúde que visa diminuir as infecções em Unidades de Terapia Intensiva, são eles: Hospital Santa Casa de Vitória; Hospital Estadual; Hospital Dr. Roberto Arnizaut Silvares e Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves.

De acordo com o Programa, estes hospitais têm até dezembro de 2020 para diminuir em até 50% as infecções em UTI’s relacionadas a corrente sanguínea, trato urinário, cateteres, pneumonia e ventilação mecânica. Por conta da iniciativa, segundo o Ministério da Saúde, só no último mês de junho, mais de duas mil infecções foram evitadas e 779 vidas foram salvas no país, em 120 unidades hospitalares que integram o projeto.

Tipos de leitos no estado

Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes)

– Total de leitos SUS no Espírito Santo: 5.304;

– Leitos de UTI: 299 (mais 44 em processo de habilitação);

– Leitos Intensivos Pediátricos: 210 (mais 19 em processo de habilitação). 

Rotina de um médico intensivista 

É as oito horas da manhã, que a média Elizia Piassi começa a sua rotina dentro da Unidade de Terapia Intensiva em Cariacica-ES, do Grupo Meridional. Elizia passa diariamente por 10 leitos, avalia as condições dos pacientes, conversa com cada um deles, os acalma. No prontuário anota todas as informações que serão passadas para o médico plantonista do dia. 

“O objetivo é estar aqui todos os dias, dando assistência para os pacientes e familiares, é muito ruim quando uma família vê cada dia um médico diferente, e o meu papel na UTI como intensivista, é fazer a rotina dos pacientes. Então eu examino, traço as condutas, converso com as famílias dando as orientações e com o paciente também”, contou a médica. 

Um dia tranquilo em uma UTI é uma situação pouco comum, e segundo Elizia é justamente a incapacidade de prever o que está por vir, que a motiva com sua profissão. “Não só o apoio físico, examinar o corpo do paciente, mas também o seu psicológico. É avaliar o dia a dia e a recuperação dele. É uma área de atuação desafiadora, exige conhecimento cientifico, dedicação, preparo físico e emocional do profissional”, destacou a médica intensivista.  

Dicas para prevenir doenças infeciosas 

Higienizar as mãos de forma correta é a principal, lembrando de retirar os anéis para que os microrganismos não fiquem presos a eles, nos seguintes momentos:

– Após ir ao banheiro;

– Antes e após o contato com pessoas doentes;

– Antes e após o preparo de alimentos;

– Antes de se alimentar;

– Antes e após entrar em contato com machucados;

– Após o uso de transporte público;

– Após tossir ou espirrar;

– Sempre carregar na bolsa um frasquinho de álcool em gel;

– Sempre que tossir, cobrir a boca com o antebraço ou lenços;

– Evitar visitar doentes no hospital quando estiver resfriado ou gripado;

Lembrando que prevenir sempre é melhor do que remediar, ainda mais quando se trata de um ato tão simples, fácil e disponível quanto higienizar as mãos.