Após o diagnóstico do ator Bruce Willis, que se afastou da carreira nos cinemas, o jornalista Maurício Kubrusly também foi diagnosticado com demência frontotemporal. Além de não ter cura, a doença é degenerativa e não há tratamento que desacelere a progressão do problema.
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Durante o programa Fantástico, exibido pela Rede Globo no último domingo (20), um dos homenageados foi o jornalista brasileiro. Em um trecho do programa, a reportagem releva que Kubrusly foi diagnosticado há alguns anos com demência frontotemporal (DFT).
O que é a demência frontotemporal (DFT)?
Segundo explica o médico pós-doutor e PhD em neurociências Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, a DFT consiste em um grupo de distúrbios que ocorrem quando as células nervosas nos lobos frontal e temporal do cérebro são perdidas, o que ocasiona diferentes impactos no paciente.
“Isso faz com que os lóbulos encolham. É um tipo comum de demência e pode afetar comportamento, personalidade, linguagem e movimento.”
O neurocientista afirma que a doença é causada por aglomerados de proteínas anormais que se formam dentro das células cerebrais. “Pensa-se que estes danificam as células e as impedem de funcionar corretamente. As proteínas se acumulam principalmente nos lobos frontal e temporal do cérebro, na frente e nas laterais”.
Não há cura para a demência frontotemporal
Fabiano alerta ainda que, atualmente, não existe cura para a doença. Além disso, a progressão dela também não pode ser retardada.
Inclusive, drogas usadas para tratar outros tipos de demência não são recomendadas para pessoas com demência frontotemporal.
A demência frontotemporal é diagnosticada principalmente entre as idades de 45 e 65 anos (embora possa afetar pessoas mais jovens ou mais velhas).
“Trata-se de uma faixa etária muito menor do que os tipos mais comuns de demência, como a doença de Alzheimer, que afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos”, destacou.
Ainda segundo o neurocientista, não existe um entendimento sobre como esse tipo de demência se desenvolve. Porém, fatores comportamentais assim como os genéticos sempre estão relacionados com doenças neurodegenerativas.
Como ocorre o tratamento da DFT?
Apesar de não haver cura, existem tratamentos que podem no controle de alguns sintomas, até mesmo por vários anos. Veja:
1. Medicamentos: para controlar alguns dos problemas comportamentais;
2. Terapias: como fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia para problemas de movimento, tarefas cotidianas e comunicação;
3. Atividades de demência: como cafés de memória, que são sessões para pessoas com problemas de memória e seus cuidadores para obter apoio e aconselhamento;
4. Grupos de apoio: que podem oferecer dicas sobre como lidar com os sintomas de especialistas em demência e pessoas que vivem com demência frontotemporal e suas famílias.