Saúde

Desafio das cores: você enxerga como a maioria das pessoas?

Desenvolvido pelo oftalmologista japonês Shinobi Ishihara, o Desafio das Cores pode indicar se você é daltônico ou não

Teste de Ishihara mostra se você enxerga como a maioria das pessoas. Foto: Reprodução
Teste de Ishihara mostra se você enxerga como a maioria das pessoas. Foto: Reprodução

A maneira como percebemos as cores pode ser muito mais subjetiva do que se imagina. Enquanto para alguns o céu pode parecer azul-claro, para outros pode ter um tom mais esverdeado.

Essas diferenças podem ser resultado de variações naturais da visão, fatores neurológicos ou até mesmo condições como o daltonismo.

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O que influencia a percepção das cores?

A cor que enxergamos é uma interpretação do cérebro com base na luz refletida pelos objetos. No entanto, diversos fatores podem alterar essa percepção:

  • Fisiologia dos olhos: a retina contém células chamadas cones, responsáveis por captar as cores. Algumas pessoas possuem mais ou menos dessas células, o que pode influenciar a tonalidade percebida.
  • Iluminação e contexto: o ambiente em que uma cor é observada pode alterar a percepção. Por isso, um mesmo objeto pode parecer diferente sob luz natural ou artificial.
  • Fatores genéticos: algumas condições hereditárias, como o daltonismo, afetam a capacidade de distinguir determinadas cores.

O que é daltonismo?

O daltonismo é uma alteração genética que afeta a percepção das cores, impedindo que algumas pessoas diferenciem tons de vermelho, verde ou azul.

Apesar de ser mais comum em homens (atinge cerca de 8% da população masculina), mulheres também podem ter, embora com menor frequência (cerca de 0,5%), já que o daltonismo está ligado ao cromossomo X. O mais comum é ter deficiência do espectro verde e vermelho; o azul e o amarelo são raros, explica o oftalmologista Alexandre Grobberio Pinheiro, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e diretor da Macrovisão Oftalmologia.

Alexandre Grobberio Pinheiro é oftalmologista. Foto: Acervo pessoal

Os tipos mais comuns de daltonismo incluem:

  • Deuteranopia: dificuldade em diferenciar tons de verde e vermelho.
  • Protanopia: confusão entre tons de vermelho e verde.
  • Tritanopia: dificuldade em distinguir azul e amarelo, sendo um dos tipos mais raros.

Dentre os fatores que podem influenciar a percepção das cores estão:

  • Idade (com o tempo, o cristalino pode amarelar e afetar a percepção);
  • Exposição à luz intensa;
  • Doenças oculares (como catarata ou glaucoma);
  • Uso de medicamentos ou substâncias tóxicas.

“A nossa capacidade de enxergar cores depende do funcionamento das células chamadas cones, localizadas na retina dos olhos. Existem três tipos principais de cones, cada um sensível a uma faixa de cor (vermelho, verde e azul). Quando um ou mais desses cones não funcionam corretamente, a percepção das cores pode ficar alterada – é isso que ocorre no daltonismo”, destaca Alexandre Grobberio Pinheiro.

Como testar sua percepção de cores?

Existem testes online que ajudam a identificar diferenças na percepção de cores, como o Teste de Ishihara, amplamente utilizado para detectar daltonismo. Esses testes apresentam imagens com números ou padrões que variam conforme a capacidade visual do observador.

“O Teste de Ishihara é um dos métodos mais usados para detectar o daltonismo, especialmente o tipo vermelho-verde. É composto por imagens com números “escondidos” em padrões de bolinhas coloridas. Pessoas com percepção normal conseguem ver os números, enquanto quem tem daltonismo pode não enxergá-los ou vê-los de forma diferente”, explica o oftalmologista.

Veja o vídeo:

Segundo o especialista, versões online do teste podem ajudar a identificar sinais de daltonismo, mas não substituem a avaliação com um oftalmologista. “Um exame completo da visão é essencial para confirmar o diagnóstico e orientar sobre a condição corretamente”, afirma.

Percepção de cores pode ser treinada?

Estudos indicam que o cérebro pode se adaptar e melhorar a percepção de cores com o tempo, especialmente para profissionais que dependem desse sentido, como designers e artistas. No entanto, condições genéticas como o daltonismo não podem ser corrigidas com treinamento.

A maneira como cada pessoa enxerga as cores é única e pode ser influenciada por diversos fatores. Se você já teve dúvidas sobre como percebe as cores em relação a outras pessoas, vale a pena testar sua visão e conhecer mais sobre esse aspecto da percepção humana.

Erika Santos, editora-executiva do Folha Vitória
Erika Santos

Editora-executiva

Jornalista formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), com MBA em Jornalismo Empresarial e Assessoria de Imprensa.

Jornalista formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), com MBA em Jornalismo Empresarial e Assessoria de Imprensa.