Na definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é vista como um aspecto central do ser humano durante toda a vida, não apenas na fase reprodutiva. Uma vida sexual feliz é fruto de informações claras, incluindo sentimentos e emoções humanas positivas, como amor, companheirismo, compreensão, respeito, prazer, entre outras.
Nesta sexta-feira (6), é celebrado o Dia do Sexo, um dos pilares fundamentais para o bem-estar dos relacionamentos. Além de ajudar a manter ou estreitar a conexão do casal, as relações sexuais também são benéficas para a saúde: deixa a pele mais saudável, exercita músculos diferentes do corpo, promove a oxigenação (e ajuda a fixar a memória), aumenta a imunidade, melhora a qualidade do sono, é bom para o humor, fortalece o coração, combate o estresse, a depressão e pode evita até mesmo o câncer.
Entretanto, existem inúmeras disfunções sexuais que podem comprometer esses benefícios. Além de fatores físicos, as causas também podem ser psicológicas ou até por conta da ingestão de alguns medicamentos.
A fisioterapeuta pélvica Thaís Págio listou as principais disfunções sexuais masculinas e femininas, suas causas, sintomas e o tratamento ideal para cada uma delas que, felizmente, costuma ser bastante simples e eficaz.
Disfunções sexuais mais comuns nos homens
Disfunção erétil – pode ter origem vascular, muscular, neurológica, medicamentosa, psicológica ou até por doenças, como AVC (acidente vascular cerebral), Parkinson e diabetes. Então é importante um trabalho multidisciplinar, entre urologista, fisioterapeuta pélvico, psicólogo, angiologista, neurologista e psiquiatra, quando necessário, para descobrir qual é a causa e traçar o tratamento adequado.
Ejaculação precoce – pode ser de cunho físico ou psicológico e normalmente é dividida entre os tipos primário e secundário. No tipo primário, quando o homem sempre teve ejaculação precoce, a causa costuma ser física, por alteração de neurotransmissores no pênis. Essa alteração faz com que o homem tenha hipersensibilidade na região, sendo necessário realizar os tratamentos fisioterapêutico e medicamentoso. Na ejaculação secundária, causada por trauma ou situação indesejada, a causa costuma ser psicológica.
“Uma ejaculação que acontece rápido em um momento de pressão, ansiedade ou muita excitação não é considerada um problema. A ejaculação precoce só é de fato uma disfunção quando o homem ejacula em um minuto ou menos depois da penetração em todas as relações”, alerta Thaís. Ainda segundo a especialista, o problema pode ocorrer em qualquer idade.
“É interessante associar os tratamentos físicos, em que o fisioterapeuta vai ensinar para o homem a coordenação motora do assoalho pélvico para inibir a vontade dele de ejacular e também ensinar ao paciente a reduzir a sensibilidade e regular os neurotransmissores da região peniana” afirma.
Peyronie – trata-se de uma fibrose que acomete o pênis e altera o seu formato, deixando-o torto e prejudicando a penetração ou machucando a parceira ou o parceiro. O tratamento, que costuma ser bastante eficiente, pode ser feito por um fisioterapeuta pélvico, por meio da radiofrequência. Entretanto, quando o caso é muito avançado, é indicada a correção cirúrgica.
Disfunções sexuais mais comuns nas mulheres
Dor na relação (dispareunia) – pode ser decorrente de infecção, inflamação, patologia ou uma disfunção como vaginismo (em que a mulher não consegue ter nenhum tipo de penetração sem dor) e vulvodínia (incômodo persistente há mais de três meses, normalmente caracterizado como uma sensação de ardor provocada por toque ou pressão). O ideal é procurar um ginecologista, que fará o diagnóstico do problema e trabalhará, de forma multidisciplinar, com um fisioterapeuta pélvico, psicólogo e um psiquiatra quando necessário.
Falta de libido – a mulher precisa avaliar como está seu relacionamento com o parceiro ou a parceira, o trabalho, o dia a dia e, se achar que está tudo bem, precisa checar as taxas hormonais (testosterona, prolactina, T3, T4 e TSH) e os efeitos medicamentosos, sobretudo de antidepressivos e anticoncepcionais.
Anorgasmia – a ausência ou retardo de orgasmo acomete muitas mulheres e pode ocorrer por conta de fraqueza muscular ou tensão na musculatura que envolve o clitóris da mulher. É algo super fácil de tratar por meio da fisioterapia pélvica, em que ela vai fortalecer ou corrigir essa alteração da musculatura e principalmente aprender a conhecer seu corpo, mudando um pouco sua rotina sexual.
Flatulências vaginais – são comuns quando ocorrem em alguma posição ou esporadicamente. Entretanto, quando ocorrem de maneira frequente, é um sinal de que há uma fraqueza muito grande no assoalho pélvico, sendo necessário fortalecê-lo para evitar até mesmo futuras complicações. É também um problema fácil de tratar por meio da fisioterapia pélvica e o resultado costuma ser bastante rápido.
“Mesmo a sexualidade sendo um tabu, é algo que influencia muito na saúde e na qualidade de vida, então as pessoas não podem negligenciar isso achando que é algo que só acontece com elas. É algo que acontece com todo mundo. Tão importante quanto qualquer outra doença ou disfunção e, por isso, precisa ser tratado corretamente”, orienta a profissional.