Estudos científicos revelam a influência da saúde bucal com o surgimento de diversas patologias. De acordo com a cirurgiã-dentista Brunna Bastos, a população em geral ainda trata problemas bucais de forma isolada, como se não produzissem efeitos na saúde como um todo. No Dia Mundial da Saúde Bucal, comemorado nesta sexta-feira (20), a médica lista as principais doenças sistêmicas que têm relação comprovada com problemas bucais.
Diabetes
Uma pesquisa divulgada em 2018 pela Federação Internacional de Diabetes em conjunto com a Federação de Periodontologia da Europa indica que o diabetes aumenta a chance de desenvolver infecções periodontais, ou seja, inflamação da gengiva. Isto acontece porque a doença aumenta a quantidade de mediadores inflamatórios, agravando inflamações gengivais.
“Já a doença periodontal afeta o controle do açúcar no sangue do paciente com diabetes, aumentando as complicações como, por exemplo, a dificuldade na cicatrização”, esclarece.
Câncer
Pessoas em tratamento contra o câncer podem desenvolver complicações que afetam a boca como feridas e aftas, que, além de dolorosas, acabam por dificultar a higiene. Essas lesões representam ainda uma porta de entrada para bactérias em um organismo já debilitado. A quimioterapia também pode provocar náuseas e vômitos, cujos ácidos estomacais danificam o esmalte dos dentes.
Doenças Cardíacas
Pesquisas recentes também apontaram que o descuido com a higiene bucal pode fazer com que microrganismos de doenças bucais entrem pela corrente sanguínea e se alojem no tecido cardíaco, causando a endocardite bacteriana. “Esse problema pode produzir inflamação e destruição do revestimento interno dos tecidos do coração e de válvulas cardíacas, ocasionando complicações”, esclarece a dentista.
A especialista ainda explica que como a saúde bucal tem influência sobre a saúde geral do indivíduo, é importante dar maior atenção à higiene bucal. Além da escovação três vezes ao dia, as pessoas não devem esquecer de usar o fio dental para a limpeza entre os dentes e gengiva, que corresponde a 35% da superfície bucal, espaço não alcançado pelas cerdas da escova.
“O fio dental é muito negligenciado e precisamos mudar este cenário. Hoje já existem alternativas ao fio que são eficazes na limpeza entre os dentes, como os fios dentais com haste, que são práticos e muito fáceis de usar”, afirma.
A profissional recomenda também que é importante estar atento a qualquer incômodo ou alteração na boca, para buscar orientação de um profissional, principalmente, os pacientes que já possuem alguma doença sistêmica, isto é, doenças que afetam o corpo como um todo, como diabetes, por exemplo”, conclui.