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Dia Mundial do Parkinson: entenda os primeiros sintomas da doença

A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico degenerativo que impacta o controle dos movimentos e pode trazer desafios significativos

Foto: Freepik
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*Artigo escrito por Roni Mukamal, geriatra e superintendente de Medicina Preventiva da MedSênior

O que começa com um leve tremor nas mãos, uma dificuldade sutil para escrever ou um sono mais agitado pode ser o prenúncio de uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, a doença de Parkinson.

Neste dia 11 de abril, celebramos o Dia Mundial do Parkinson, uma data oportuna para ampliar a conscientização e a compreensão sobre a doença e reforçar a importância de reconhecer os primeiros sinais para um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz.

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Doença de Parkinson impacta controle dos movimentos

A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico degenerativo que impacta o controle dos movimentos e pode trazer desafios significativos para os pacientes e suas famílias.

Apesar de estar mais associada à Terceira Idade, a doença também pode se manifestar precocemente, antes dos 50 anos, em alguns casos.

O principal sinal de alerta costuma ser o tremor involuntário, mas há outras manifestações que podem indicar a doença ainda nos estágios iniciais.

A lentidão dos movimentos, conhecida como bradicinesia, é um dos sintomas mais marcantes, fazendo com que tarefas simples, como abotoar uma camisa ou amarrar os sapatos, passam a exigir um esforço muito maior.

A rigidez muscular também pode comprometer a mobilidade, causando desconforto e dificuldade de locomoção.

Alteração na escrita é uma das mudanças sutis

Outra mudança sutil, mas reveladora, é a alteração na escrita: a letra pode ficar menor e mais apertada, caracterizando um fenômeno chamado micrografia.

Outros sintomas menos conhecidos são a perda do olfato, distúrbios do sono e alterações na expressão facial, tornando o rosto mais “parado”, sem muitas emoções aparentes. Alterações na postura, na voz e a constipação frequente também podem ser sinais precoces.

Diagnóstico traz incertezas para os familiares

Para os familiares do paciente, o diagnóstico do Parkinson traz incertezas sobre sua progressão e a necessidade de adaptações na rotina.

Como cada caso evolui de maneira diferente, a adaptação da família é essencial para proporcionar suporte e conforto ao portador da doença.

A convivência com a doença exige ajustes na casa para evitar quedas e facilitar a mobilidade.

Tapetes soltos devem ser removidos, móveis precisam ser reorganizados para ampliar os espaços de circulação e, em alguns casos, barras de apoio podem ser instaladas nos banheiros e corredores.

Apoio emocional é indispensável

O apoio emocional é outro ponto indispensável, tanto para o paciente quanto para seus cuidadores.

Um ambiente acolhedor, com incentivo a independência, e comunicação clara sobre as mudanças na rotina ajudam a fortalecer os laços familiares e garantir uma melhor qualidade de vida para todos.

Tratamento pode retardar a progressão da doença

Embora ainda não haja cura para o Parkinson, o tratamento pode retardar a progressão da doença e minimizar seus sintomas.

A abordagem inclui o uso de medicamentos para compensar a perda de dopamina, hormônio essencial para o controle dos movimentos, além de terapias complementares, como fisioterapia e fonoaudiologia.

Roni Mukamal é geriatra. Foto: MedSênior/Divulgação

A prática de atividades físicas também se destaca como uma aliada, contribuindo para a manutenção da força muscular, do equilíbrio e do bem-estar emocional.

A participação em grupos de apoio também pode ser uma ferramenta valiosa tanto para pacientes quanto para seus familiares, promovendo a troca de experiências e a sensação de pertencimento.

Além, é claro, do suporte psicológico, que ajuda a lidar com os impactos emocionais da doença e a construir estratégias para enfrentar as dificuldades do dia a dia.